Population Reports - Série M - Nº 18 - Pesquisas com homens: Novos resultados - 05 - Conhecimento e aprovação dos anticoncepcionais

Equipe Editorial Bibliomed

As pesquisas mostram que os homens têm maior probabilidade do que as mulheres de já terem ouvido falar de pelo menos um método anticoncepcional, geralmente o preservativo. No entanto, a percepção pelos homens dos métodos anticoncepcionais femininos é quase sempre menor do que a das mulheres. Os homens também têm maior probabilidade do que as mulheres de ouvir mensagens pelo rádio ou televisão sobre o planejamento familiar e têm probabilidade quase igual à das mulheres de aprovar mensagens de planejamento familiar nos meios de comunicação de massa. Apesar da maioria dos homens casados aprovarem o planejamento familiar, eles têm menor probabilidade do que as mulheres casadas de aprovarem num mesmo país.

Segundo as pesquisas, os cônjuges estão discutindo cada vez mais o planejamento familiar. A comunicação entre os cônjuges sobre a criação dos filhos e o planejamento familiar está intimamente relacionada ao uso eficaz dos anticoncepcionais (23, 25, 27, 40). Mesmo assim, muitas esposas desconhecem ou percebem incorretamente as atitudes de seus maridos sobre o planejamento familiar. Em geral, o número de homens casados que têm probabilidade de aprovar o planejamento familiar é maior do que as mulheres imaginam.

Quase todos os homens casados conhecem o planejamento familiar

Em 36 dos 46 países pesquisados, pelo menos 90% dos homens casados já ouviram falar de um ou mais métodos anticoncepcionais, sejam modernos ou tradicionais. Mas na Mauritânia, somente 61% dos homens casados ouviram falar de pelo menos um método de planejamento familiar e, em Moçambique, 69%. No Chade e no Paquistão, cerca de três quartos dos homens casados estão cientes de pelo menos um método anticoncepcional. Nos restantes seis países, os níveis de percepção dos anticoncepcionais variam de 80% a 89% (ver a Tabela 5).

Os homens têm mais chances de terem ouvido falar de um método moderno do que de um método tradicional. Em 34 países, pelo menos 90% deles estão cientes de pelo menos um método moderno, ao passo em que somente 7 países pelo menos 90% já ouviram falar de um método tradicional (ver a Tabela 5).

Em mais de metade dos países pesquisados, inclusive todos menos 3 dos países pesquisados na África sub-Saara, o preservativo masculino é o método que os homens reconhecem com maior freqüência. Muitos homens casados também já ouviram falar dos anticoncepcionais orais. Em somente 4 países pesquisados – Albânia, República Centro-Africana, Chade e Mauritânia – menos da metade dos homens casados já ouviram falar dos ACOs.

O conhecimento dos injetáveis varia de apenas 16% dos homens casados na Romênia (o que reflete a pouca disponibilidade dos injetáveis na Romênia nos anos 90 (30)) a mais de 90% em Bangladesh, Cabo Verde, El Salvador, Haiti, Quênia, Malawi e Nepal. Em todos os países pesquisados, mais homens casados já ouviram falar da esterilização feminina do que da esterilização masculina (ver a Tabela 5).

Nos 21 países fora da África sub-Saara onde foram feitas pesquisas com homens, os níveis de conhecimento de pelo menos um método anticoncepcional por parte tanto de homens como de mulheres casados aproximam-se de 100%, exceto em Belize, Bolívia, Mauritânia e Paquistão, onde estes níveis variam de 61% a 89% para os homens, e 71% a 92% para as mulheres. Em 23 dos 25 países da África sub-Saara que dispõem de pesquisas com homens, é maior o número de homens casados do que de mulheres casadas que já ouviram falar de pelo menos um método anticoncepcional. Mas os homens quase sempre revelam menos conhecimento do que as mulheres sobre os métodos anticoncepcionais, inclusive ACOs, DIU e injetáveis (52).

As mensagens de rádio e TV sobre planejamento familiar atingem a maioria dos homens

As mensagens veiculadas pelos meios de comunicação de massa são uma fonte essencial de informação sobre planejamento familiar para os homens. A exposição às mensagens de planejamento familiar pelo rádio e TV, bem como a exposição à mídia de massa em geral, pode aumentar o uso de anticoncepcionais a ajudar a mudar as preferências reprodutivas (3, 8, 37, 49, 51). Em mais de metade dos 40 países que dispõem de dados, pelo menos metade dos homens já ouviram mensagens de planejamento familiar na mídia de massa, seja rádio, televisão ou ambos (ver a Tabela Web B). Segundo as pesquisas, as mensagens de planejamento familiar no rádio e televisão atingem mais homens do que mulheres (52).

A maioria dos homens aprova as mensagens de planejamento familiar nos meios de comunicação de massa. Em 30 dos 31 países com dados, mais de metade dos homens consideram as mensagens de planejamento familiar aceitáveis nos meios de massa. O Chade é uma exceção. Na República Dominicana, Gabão, Quênia, Malawi, Marrocos, Nicarágua, Peru, Uganda e Zimbábue, mais de 90% deles acham as mensagens de planejamento familiar aceitáveis (ver a Tabela Web B). Em geral, homens e mulheres casados declaram níveis semelhantes de aprovação das mensagens de planejamento familiar pelos meios de massa (52).

O alcance das mensagens de planejamento familiar veiculadas pela mídia de massa parece ter crescido nos últimos anos, com base em dados de pesquisas limitadas. Entre os oito países que dispõem de dados de tendências de exposição dos homens às mensagens de planejamento familiar, a porcentagem dos homens casados que declararam ter ouvido falar do planejamento familiar no rádio ou TV foi mais alta nas pesquisas mais recentes, com exceção de Zimbábue (ver a Figura 5 e a Tabela Web B).

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A discussão do planejamento familiar é importante para o uso dos anticoncepcionais

Os maridos e mulheres que discutem o planejamento familiar entre si têm maior probabilidade de praticar a contracepção de forma eficaz e de ter um número menor de filhos (13, 22, 23, 25, 27, 38, 40, 41). As pesquisas perguntam aos homens e mulheres casados se eles discutiram a prática do planejamento familiar com seus cônjuges respectivos no ano anterior à pesquisa e, se o fizeram, com que freqüência discutiram (uma, duas vezes ou com maior freqüência).6

Em 23 dos 35 países com dados de pesquisas, pelo menos metade dos homens casados declararam ter discutido o planejamento familiar com suas esposas no último ano. Mas a porcentagem varia amplamente, desde cerca de 25% no Cabo Verde e no Senegal a até 75% em Bangladesh, Bolívia, Quênia, Malawi, Nicarágua, Peru e Zimbábue. Em 24 países – a maioria deles na África sub-Saara – a maior parte dos homens que discutiram o planejamento familiar o fizeram mais de duas vezes no ano precedente à pesquisa (ver a Tabela 6).

A porcentagem dos homens casados que discutiram o planejamento familiar com suas esposas aumentou em 9 dos 12 países, como revela mais de uma pesquisa com homens feitas desde 1990. Em geral, proporções semelhantes de homens e mulheres casados declaram discutir o planejamento familiar. Entre os 33 países que dispõem de dados tanto sobre homens como mulheres, a diferença entre as respostas de um sexo e outro é superior a 10% em apenas 9 países (ver a Tabela 6).

A maioria dos homens aprova o planejamento familiar. Em 32 dos 35 países com dados, pelo menos metade dos homens casados declararam aprovar o planejamento familiar. Em 8 países pesquisados – Bangladesh, Malawi, Marrocos, Nepal, Nicarágua, Peru, Ruanda e Zimbábue – mais de 90% dos homens casados aprovam este planejamento (ver a Tabela 7). No entanto, em 24 dos 34 países com dados tanto sobre homens como mulheres, mais mulheres casadas do que homens casados aprovam o planejamento familiar (ver o relatório complementar sobre as pesquisas feitas com mulheres) (52). As diferenças entre homens e mulheres, quanto à aprovação do planejamento familiar, variam grandemente entre os vários países.

As mulheres freqüentemente se enganam sobre as atitudes dos homens. Para que marido e mulher concordem sobre o uso do planejamento familiar, os casais não só têm que discutir o assunto mas também perceber corretamente as atitudes uns dos outros (27). As pesquisas mostram que, de modo geral, os homens têm maior probabilidade de aprovar o planejamento familiar do que as mulheres imaginam. Em 33 dos 34 países pesquisados – a exceção é do Cazaquistão – a porcentagem dos homens casados que declaram aprovar o planejamento familiar é muito maior do que a porcentagem de mulheres casadas que declaram que seus maridos aprovam (ver a Tabela 7). Estas diferenças variam de 4% na Turquia a 39% em Burkina Faso.

Em 19 países, pelo menos 1 em cada 5 mulheres diz não saber se seu marido aprova ou não o planejamento familiar. As mulheres que não sabem se seus maridos aprovam ou não o planejamento familiar, ou que acham que seus maridos desaprovam, têm muito menos chances de praticar a contracepção do que aquelas que acham que seus maridos aprovam (27, 38).

Notas:

6 Os dados aqui relatados sobre a comunicação dos casais não são controlados estatisticamente quanto ao uso atual dos anticoncepcionais. Portanto, os dados não revelam qual é realmente a situação de causalidade, isto é, se os casais que praticam atualmente a contracepção têm por isso maior probabilidade de discutir o planejamento familiar, ou se os casais que discutem o planejamento familiar têm por isso maior probabilidade de praticar a contracepção.
 

Population Reports é publicado pelo Population Information Program, Center for Communication Programs, The Johns Hopkins School of Public Health, 111 Market Place, Suite 310, Baltimore, Maryland 21202-4012, USA.

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