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Até que chega um período em que é aquela história:
meus filhos criados (terminaram faculdade), todos
já encaminhados, e eu queria viver um pouco. Eu
já estava viúva há tanto tempo, eu queria ser mais
participativa. Eu estava me sacrificando muito
para fazer minha natação... para ver um filme,
ficava preocupada com os compromissos com as
lojas, então eu achei melhor dar um tempo de
vivência para mim, mas me coloquei à disposição
das lojas e das clientes. Então, se elas precisam
de alguma coisa, elas me ligam, e eu vou, ajudo,
e vou com maior prazer! A gente passa uma tarde
conversando, então não paro. Às vezes meus filhos
vão viajar e me pedem para ficar na casa deles.
Adoro, vou, fico com as netas, então estou sempre
assim, na ativa. E claro, não perco nada do Minas
Tênis Clube. Falou que vamos viajar, vamos passear
e eu estou lá.
A sua relação com o Minas Tênis Clube então vem
de longa data?
O Minas é vida. Tudo que você pode imaginar você
encontra lá, cursos, viagens.
Embora tenha todo esse suporte (do clube que
participa, de seus amigos e família) vemos que a
senhora é uma pessoa que tem grande motivação,
que busca sempre estar de bem com a vida, se
atualiza, pesquisa...
A gente tem necessidade disso. Você ultrapassou
os 60, eu fico vendo as meninas lá, por exemplo,
os bancos estão em greve e é semana de receber.
Você vai fazer o que? Vai brigar com os caixas?
Não, você tem que procurar alguém que possa te
ajudar, de preferência alguém de confiança. Se você
não tem, vai, tenta. Agora, tem que fazer antes,
aprender antes, para quando chegar a sua vez, você
estar consciente, saber se virar e não necessitar dos
outros para tudo, de um filho, de alguém que está
trabalhando.. se você tem
saúde, está bem, vai lá e
resolve sua vida.
Eu por exemplo, mudei para esse apartamento tem
poucos dias, então todos os bancos que eu trabalho
estão lá no meu bairro antigo. Peguei um taxi e fui
lá, resolvi tudo, fiz os pagamentos que tinha que
fazer, e voltei para casa numa boa. E ache muita
graça porque chegou uma senhora lá e falou assim:
“eu estou na frente, porque tenho 70 anos e tenho
a preferência”, e eu era a terceira. Ai eu olhei para
ela assim e falei: “nó, que ideia boa essa sua, eu
vou fazer 82, então sou a primeira”. Ela olhou para
mim e falou: “então mostra a sua carteira”... Daí
o guarda olhou para mim e perguntou quantos
anos eu tinha. E eu pensei: “será que eu tenho
que provar?” e falei assim “ O moço, eu não quero
confusão porque estou sem pressa nenhuma, mas
eu vou provar minha idade, pode olhar aqui na
minha carteira”. É o que eu digo, a pessoa tem que
ter um aprendizado ou então ir com alguém que
a ajude, para não passar nenhum aperto, não ficar
caindo no meio da rua...
A senhora acha que estar sempre aprendendo e
fazendo exercícios para mente ajuda?
Nossa, ajuda demais. Principalmente à noite. Você
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