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A senhora sempre foi uma pessoa muito ativa,
bem relacionada. Quando a pessoa se aposenta
é, de certa forma, um baque. Há pessoas que não
conseguem uma boa transição, como a senhora
avalia que foi esse momento em sua vida?
Na minha vida foi assim: eu trabalhei 30 anos
gerenciando pessoas importantes e várias lojas.
E eu era amiga sempre de todas. Estava sempre
ajudando, sempre inovando. Mas chegou uma
época em que apareceu o câncer no meu marido.
Aquilo estava me preocupando muito porque
absorvia muito. Eu trabalhava em duas cargas
horárias, e tinha casos, como quando eu ia atender
a família do Collor, a irmã e a mãe dele só queriam
ser atendidas aos domingos, e com a loja fechada,
então isso me ocupava muito tempo. Não só elas,
mas outras pessoas da alta sociedade também
eram assim. E aquilo me apertava, daí eu passei
para meia carga horária, e eu compensava em
outros dias, e aí foi dando certo.
capa
(...) Então eu acho que a
gente vive assim: na medida
de cada dia, de cada hora, de
cada momento. Ser feliz! (...)
Porque toda entrada na vida
da gente é boa, sempre traz
coisas novas.
Dulce Zaneti