POPULATION REPORTS

Novas Opções Anticoncepcionais


 

Tabela de conteúdos

Créditos
Resumo

Capítulos

O longo caminho do desenvolvimento de anticoncepcionais.

Anéis vaginais

Anticoncepção transdérmica

Implantes anticoncepcionais

Injetáveis combinados

Preservativos

Métodos baseados na percepção da fertilidade

Anticoncepcionais orais
- Anticoncepcionais orais de uso contínuo
- Anticoncepcional oral combinado, com Drospirenona

- Anticoncepcionais orais contendo somente o progestogênio Desogestrel

Dispositivos intrauterinos

Esterilização transcervical feminina

Anticoncepção hormonal masculina

Bibliografia

Quadros e Tabelas

 

Publicado pelo INFO Project, Center for Communication Programs, The Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, 111 Market Place, Suite 310, Baltimore, Maryland 21202, EUA.

Volume XXXII, Número 3
Primavera de 2004
Série M, Número 19

Anticoncepcionais orais

As companhias farmacêuticas lançam periodicamente novas fórmulas de ACOs, procurando geralmente reduzir os efeitos colaterais e, assim, aumentar os índices de continuação do uso, ao mesmo tempo que mantêm a alta eficácia do produto. Entre os ACOs recentemente introduzidos está uma fórmula dedicada ao uso contínuo, um ACO combinado que contém um novo progestogênio, e um novo ACO que contém somente progestogênio.

Anticoncepcionais orais de uso contínuo

Mais e mais especialistas de saúde reprodutiva estão questionando a necessidade de um sangramento mensal por privação, o qual ocorre com as usuárias de ACOs quando estão tomando as sete pílulas não ativas ou estão no período de sete dias sem tomar pílulas de cada ciclo mensal (124, 242). As novas pesquisas constataram que as mulheres podem usar muitos ACOs monofásicos de forma contínua, segura e eficaz durante alguns ciclos consecutivos, saltando as pílulas não ativas (8, 163, 237, 238). (“Monofásico” significa que cada pílula ativa do ciclo contém a mesma quantidade de hormônios).

Novos anticoncepcionais orais

O regime mensal de 21 pílulas ativas que contêm estrogênio e progestogênio, seguidas de 7 pílulas não ativas, foi criado para promover o sangramento por privação mensalmente, e para imitar os ciclos menstruais espontâneos (58). Quando as mulheres tomam as pílulas ativas continuamente, isto permite reduzir o número de vezes por ano em que têm sangramentos mensais e a reduzir o número de dias de sangramento (162). Os ACOs de uso contínuo também reduzem significativamente os efeitos colaterais associados com a interrupção do hormônio, inclusive enxaquecas, dores de cabeça, síndrome pré-menstrual, mudanças de humor e o sangramento mensal intenso ou doloroso, que as mulheres sofrem principalmente nos dias em que tomam as pílulas não ativas ou nos 7 dias em que não tomam as pílulas (237, 238).

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Comparadas às mulheres que usam o regime convencional, as mulheres que tomam os ACOs continuamente têm uma probabilidade duas vezes maior de ter um sangramento entre as menstruações, o que faz com que muitas acabem por interromper o uso. Mas o sangramento entre as menstruações e o manchado diminuem depois de oito ou nove meses de uso (8, 162). Os pesquisadores já estudaram o uso contínuo de alguns ACOs diferentes e obtiveram resultados também diferentes no controle do sangramento entre as menstruações e de outros efeitos colaterais (50, 163, 211).

Uma das fórmulas, Seasonale®, vem embalada especificamente para o uso contínuo e já foi aprovada pela USFDA. Ela contém 150 µg do progestogênio levonorgestrel e 30 µg do estrogênio etinil estradiol. As usuárias de Seasonale tomam uma pílula todo dia durante 84 dias (12 semanas) e, depois, tomam uma pílula por dia sem hormônio, durante 7 dias. Apenas 10 meses após o Seasonale se tornar disponível, mais de 260.000 receitas deste produto já tinham sido entregues nos EUA (73). O fabricante, Barr Laboratories, tem a intenção de pedir a aprovação em outros países para o produto (60).

Anticoncepcional oral combinado, com Drospirenona

A drospirenona é o novo progestogênio do ACO combinado Yasmin®, desenvolvido pela Schering AG. A pílula Yasmin contém 3 mg de drospirenona e 30 µg do estrogênio etinil estradiol (EE) e já foi aprovada pela USFDA em 2001, estando agora disponível na Austrália, EUA, Europa e América Latina.

As pílulas de Drospirenona/EE têm aproximadamente o mesmo nível de eficácia dos ACOs combinados no primeiro ano de uso (108, 182). O progestogênio drospirenona oferece vários benefícios a algumas mulheres, além da prevenção da gravidez (211, 243). No caso das mulheres que já sofrem de acne e crescimento excessivo de pelos, os estudos clínicos sugerem que a combinação drospirenona/EE poderia reduzir essas condições. Alguns estudos clínicos constataram que a drospirenona/EE causa menos retenção de água e, portanto, provoca menos aumento de peso devido a retenção de líquidos do que outros ACOs combinados (108, 177). Outros estudos constataram que algumas usuárias experimentam também uma melhor sensação de bem-estar (13, 149, 201).

Os efeitos colaterais da drospirenona/EE são semelhantes aos de outros ACOs combinados e incluem dor de cabeça, dores nos seios, enjôo e dor abdominal (108). No Reino Unido, relatos de vários casos de tromboembolismo venoso (TEV) geraram temores de que a drospirenona poderia aumentar o risco de TEV (208). Mas não há nenhuma evidência epidemiológica de que as usuárias das pílulas que contêm drospirenona corram um risco mais elevado de TEV do que as usuárias de outros ACOs combinados (103).

Anticoncepcionais orais contendo somente o progestogênio Desogestrel

Desogestrel é o progestogênio da nova pílula Cerazette®, desenvolvida pela Organon. Está disponível principalmente no Brasil, Equador, Hong Kong, México e alguns países da Europa Ocidental (114). A Organon ainda não decidiu pedir aprovação da USFDA para a Cerazette (138).

As usuárias tomam uma pílula diária contendo 75 µg de desogestrel. Diferentemente de outras pílulas que contêm somente progestogênio e que funcionam basicamente espessando o muco cervical para impedir o espermatozóide de chegar ao óvulo, o desogestrel funciona principalmente de modo a inibir a ovulação (78, 132). Além disso, o desogestrel é único, entre as pílulas de somente progestogênio, cuja eficácia não se reduz mesmo que a mulher tome a pílula com até 12 horas de atraso. Em contraste, a eficácia de outras pílulas de somente progestogênio pode ser comprometida se as pílulas forem tomadas com mais de 3 horas de atraso (baseado nos níveis de hormônio) (33).

Nos estudos clínicos ocorreram cerca de 0,2 gravidezes por cada 100 mulheres (2 em 1.000) quando usaram o desogestrel corretamente no primeiro ano de uso, taxa similar à dos ACOs combinados (51). Mas alguns pesquisadores questionam se há evidência suficiente para afirmar que o desogestrel é tão eficaz quanto os ACOs combinados, porque ainda não foram concluídos estudos suficientes comparando diretamente o desogestrel e os ACOs combinados (72).

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