Population Reports - Série M - Nº 19 - Novas Opções Anticoncepcionais - 11 - Dispositivos intrauterinos

Equipe Editorial Bibliomed

Novos DIUs, já disponíveis no mercado, tornam a inserção e remoção mais fácil e reduzem a expulsão, a dor e o sangramento. Estes avanços podem levar a uma maior aceitação e uso do DIU (53, 268). Os novos DIUs incluem o sistema intrauterino (SIU) – um tipo de DIU que libera gradualmente um progestogênio, tornando a menstruação mais escassa e menos dolorosa (11) – e o DIU GyneFix® sem armação, que fica ancorado na parede uterina.

Um SIU que libera progestogênio

O sistema intrauterino que libera levonorgestrel – comercializado sob o nome Mirena (ou LevoNova® na Escandinávia) – entrou inicialmente no mercado da Finlândia em 1990. Seu uso já foi aprovado em mais de 100 países nos últimos 15 anos e a USFDA aprovou o Mirena em 2000 (188). Em 2004, os responsáveis pelo desenvolvimento do produto – o Population Council e a companhia farmacêutica Leiras Oy (agora, Schering Oy) – criaram a International Contraceptive Access Foundation, que fornecerá o método às organizações do setor público seja gratuitamente ou a baixo custo, com o fim de aumentar o acesso ao controle da fecundidade por parte das mulheres de países em desenvolvimento (189).

Novos dispositivos intrauterinos

O SIU de levonorgestrel libera inicialmente 20 µg de levonorgestrel por dia. A USFDA aprovou-o para cinco anos de uso (223). É significativamente mais eficaz do que os DIUs com 250 mm2 ou menos de cobre, tais como o DIU Nova-T, porém não mais eficaz do que os DIUs com mais de 250 mm2 de cobre (82). O SIU de levonorgestrel também tem aproximadamente o mesmo nível de eficácia que a esterilização feminina, mas é diferente da esterilização porque é facilmente reversível (223). Os estudos mostram que entre 0,1 a 0,2 de cada 100 mulheres (1 a 2 em 1.000) ficam grávidas no primeiro ano de uso do SIU de levonorgestrel, quando introduzido corretamente. Depois de 5 anos de uso, a faixa de mulheres que engravidam é de 0,5 a 1,1 em cada 100 (11, 99).

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Os efeitos colaterais são similares aos de outros métodos anticoncepcionais hormonais. Num estudo comparativo e randomizado, as usuárias do SIU de levonorgestrel relataram taxas significativamente mais altas de acne, tontura, dor de cabeça, sensibilidade mamária, enjôo e vômito, aumento de peso e cistos de ovário (223).

Nos primeiros três meses de uso, o SIU de levonorgestrel também causa transtornos de sangramento, inclusive sangramento entre menstruações e manchado. Com o tempo, o SIU de levonorgestrel causa menos sangramento do que os DIUs de cobre (183, 223, 240). O sangramento intenso ou prolongado é significativamente menos comum, porém a amenorréia é significativamente mais comum entre as usuárias do SIU de levonorgestrel do que entre as usuárias do DIU de cobre (11, 244). Entre 20% a 50% das usuárias apresentam amenorréia em um ano (27, 104, 147). As mulheres podem também usar o SIU de levonorgestrel para tratar o sangramento intenso ou prolongado ou as cólicas menstruais dolorosas, e ele pode ser uma alternativa útil à histerectomia para algumas mulheres (110).

Contrel, uma organização Belga de pesquisa, está desenvolvendo um SIU de liberação de levonogestrel, em forma de T, denominado FemilisTM, o qual dispõe também de uma versão menor (Femilis Slim) para as mulheres que nunca engravidaram e, portanto, têm úteros menores. O objetivo é simplificar os procedimentos de inserção através de uma “técnica de pressão” que não exige o uso do êmbolo, como no caso do Mirena. O Femilis e o Femilis Slim poderiam até ser colocados por pessoal de saúde (desde que previamente capacitado) que, normalmente, não coloca o DIU (266).

DIUs sem armação

O DIU que não tem a armação plástica em forma de T's que é comum na maioria dos outros tipos de DIU, consiste de vários cilindros de cobre presos em série. Ele é ancorado à profundidade de 1 centímetro do fundus (parte superior) do útero. Com este modelo, procura-se causar menos dor e sangramento do que os dispositivos dotados de armação (154).

GyneFix, o mais novo DIU sem armação, foi introduzido na Europa no início da década de 90, após 15 anos de pesquisas para facilitar a inserção e a fixação do DIU à parede uterina (64, 264). Também está disponível na China e, através dos programas Marie Stopes International, na América Latina, Ásia e África. O fabricante tem a intenção de solicitar a aprovação da USFDA (263).

Estudos menores e não comparativos demonstram resultados promissores do GyneFix quanto à minimização da perda de sangue menstrual e à descontinuação do uso (12, 264). Mas os estudos randomizados e controlados já feitos com o GyneFix ainda não deram uma comprovação clara sobre os benefícios do produto (174). As taxas de expulsão constatadas têm sido mais altas do que as encontradas nos primeiros estudos clínicos (64,154).

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O DIU sem armação exige uma técnica de inserção inteiramente diferente do que no caso do DIU com armação, e o nível de habilidade exigida para inseri-lo é alto (154, 232, 262). O pessoal de saúde enfrenta dificuldades com a inserção, mesmo usando-se um novo mecanismo simplificado de inserção introduzido pelo produtor (42). O DIU sem armação tem menos probabilidade de ser expelido quando inserido por um profissional experiente (262).

Outro DIU sem armação em desenvolvimento, o FibroPlant-LNG, libera o progestogênio levonorgestrel. Baseado no mesmo sistema do DIU GyneFix, ele também fica ancorado no fundo do útero. O FibroPlant-LNG libera 14 µg de levonorgestrel diariamente e impede a gravidez durante pelo menos 3 anos (268).

Os estudos iniciais sugeriram que o FibroPlant-LNG seria altamente aceitável e poderia reduzir o sangramento (12, 267). Por exemplo, um estudo piloto com 109 mulheres próximas à menopausa constatou que poucas mulheres apresentaram efeitos colaterais hormonais, tais como sangramento irregular e manchado, mesmo durante os primeiros 3 meses depois da inserção, fatores estes que contribuíram à taxa de continuação de 98% depois do primeiro ano de uso entre as mulheres do estudo (265, 267, 268).

Population Reports é publicado pelo Population Information Program, Center for Communication Programs, The Johns Hopkins School of Public Health, 111 Market Place, Suite 310, Baltimore, Maryland 21202-4012, USA.

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