Population Reports - Série Q - Nº 02 - Organizando melhor o trabalho - 06 - Ligações com outros serviços e locais

Equipe Editorial Bibliomed

Bons sistemas de referência de clientes ajudam os serviços de planejamento familiar e outras clínicas a oferecer aos clientes o atendimento certo no lugar certo. Os vínculos dos serviços com outros locais e tipos de serviços facilita o acesso dos clientes ao atendimento mais apropriado em todos os níveis do sistema de saúde, desde centros comunitários que prestam os serviços mais básicos, até os centros distritais, regionais ou de alto nível que prestam atendimento especializado.

Os sistemas de referência de pacientes podem permitir o acesso dos clientes a uma gama completa de serviços, sem interrupção ou repetição desnecessária de diagnóstico ou tratamento. Também permitem aos sistemas de saúde oferecer, em local central, serviços de baixa demanda que não justificam ser prestados em todas as clínicas.

Princípios da Vinculação com outros Serviços e Locais

1. Fortalecer os vínculos entre os serviços. Os acordos de referência de clientes entre unidades de saúde fornecem aos clientes um acesso melhor e mais rápido a serviços especializados e ao acompanhamento de clientes. Toda unidade de saúde, em qualquer nível do sistema de saúde, tem que ter capacidade para referir os clientes corretamente. Por exemplo, os centros comunitários de saúde devem estar preparados para encaminhar os clientes a centros distritais e regionais, as unidades de saúde do governo têm que poder encaminhar clientes a clínicas não governamentais e a outras clínicas locais, e assim sucessivamente.

Os sistemas de referência são vitais porque nem todos os serviços podem ou devem ser oferecidos em toda e qualquer unidade de saúde (veja o quadro à direita). Por exemplo, nem todos os locais de prestação dos serviços dispõem dos equipamentos e prestadores de serviços treinados para a colocação de DIU e implantes, ou para executar procedimentos de esterilização.

Para certos tipos de serviços, tais como o atendimento de urgência quando surgem complicações obstétricas, a capacidade do sistema de saúde de providenciar o transporte da paciente é uma parte crucial dos seus vínculos de prestação de serviços. As unidades de saúde podem combinar antecipadamente com organizações comunitárias, sindicatos ou associações para fornecer transporte de emergência em casos de complicações obstétricas (87). Por exemplo, na região Kolokani de Mali, as contribuições da comunidade e de pacientes individuais apóiam um sistema de transporte e encaminhamento de mulheres que necessitam de atendimento de emergência antes do parto e durante o mesmo (7).

As organizações têm que se certificar de que seu pessoal entende o valor da referência de clientes e esteja familiarizado com os procedimentos necessários. Quando o pessoal mantém listas de nomes de contatos dos serviços e locais de referência, bem como informações sobre seus horários de atendimento e custos de seus serviços, fica mais fácil encaminhar os clientes.

2. Usar fontes de referência tanto internas como externas. Os programas podem estabelecer procedimentos para usar melhor a referência interna (isto é, referências dentro da mesma unidade de saúde), bem como referências entre unidades diferentes. Uma unidade que presta vários tipos de serviços pode coordenar os serviços e os procedimentos de marcação de consultas entre seus departamentos. Assim, quando uma cliente marcar consulta com um prestador de serviços, poderá também marcar com outros prestadores da mesma unidade ou até receber serviços de referência no mesmo dia.

As unidades podem também fornecer serviços relacionados em conjunto, para que os clientes não tenham que repetir várias visitas ou esperar toda vez que tiverem uma consulta com um prestador diferente. Por exemplo, em meados da década de 90, um hospital da Tanzânia começou a oferecer o planejamento familiar a mulheres que traziam seus filhos doentes ou que estavam no hospital para dar à luz. Antes, não se ofereciam anticoncepcionais diretamente pela maternidade. As mulheres tinham que marcar uma consulta separada para receber serviços de planejamento familiar (31) (ver foto e também o quadro).

3. Prestar cada serviço na unidade mais primária que seja prática. Os programas devem procurar prestar os serviços em locais convenientes a toda a comunidade, de forma a reduzir ao máximo a distância que os clientes precisam percorrer para consultar com os prestadores de serviços. Por exemplo, a distribuição porta-a-porta de camisinhas e outros anticoncepcionais pode economizar tempo e reduzir os custos para os clientes. As abordagens comunitárias são geralmente a única forma de atingir as mulheres que não podem sair de casa (22, 23). São úteis também em áreas rurais que não têm população suficiente para justificar um posto de saúde.

(Ver foto e quadro)

Quando os programas não prestam serviços domiciliares, eles podem oferecer educação e referência comunitária. Por exemplo, em Botsuana, o mais freqüente é que um educador de bem-estar familiar seja o primeiro ponto de contato do público com o planejamento familiar. O educador não está autorizado a oferecer serviços clínicos ou a fornecer anticoncepcional, mas oferece educação de saúde, aconselha os clientes sobre as opções de planejamento familiar e encaminha clientes às clínicas de planejamento familiar(8).

Os programas podem promover parcerias entre as comunidades que servem e o sistema de saúde. Em Gana, o Ministério da Saúde e o Serviço de Saúde de Gana aliaram-se a sistemas locais de atendimento tradicional de saúde. Um dos projetos conseguiu melhorar o encaminhamento e o transporte das mulheres que necessitavam de atendimento obstétrico de emergência. As assistentes tradicionais de parto (ATP) podiam se comunicar com os médicos nos centros de saúde por meio de sistemas de rádio de duas vias. Um veículo motorizado de três rodas foi adaptado para transportar as mulheres. Usando este sistema, as ATP puderam encaminhar mais de 1.000 mulheres ao atendimento obstétrico de emergência em 1996, três vezes mais do que as 342 mulheres encaminhadas em 1995 (51, 83).

Population Reports é publicado pelo Population Information Program, Center for Communication Programs, The Johns Hopkins School of Public Health, 111 Market Place, Suite 310, Baltimore, Maryland 21202-4012, USA.

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