Population Reports - Série H - Nº 09 - Preservativos: reduzindo as barreiras - 04 - Conhecimento sobre os preservativos e a AIDS

Equipe Editorial Bibliomed

Para evitar a AIDS, as pessoas sexualmente ativas que não são mutuamente monogâmicas devem estar informadas sobre a AIDS e sobre os preservativos, saber que estes protegem contra a AIDS, saber onde obtê-los e como usá-los corretamente. Population Reports analisou novos dados dos Estudos Demográficos e de Saúde (DHS) feitos em 27 países da África, Ásia e América Latina (ver a tabela 5).

Estes dados e outros estudos sugerem que, para que as pessoas se protejam e aos seus parceiros contra a AIDS, os níveis de conhecimento devem aumentar. Na maioria dos países, quase todos já ouviram falar sobre a AIDS. O conhecimento sobre preservativos também encontra-se bem disseminado. Mas, apesar de muitas pessoas terem ouvido falar de AIDS e preservativos, elas não sabem que o uso de preservativos pode prevenir a AIDS. Esta falta de conhecimento pode ser fatal.

Conhecimento sobre a AIDS

Na pesquisa DHS, são feitas duas perguntas que abordam justamente o conhecimento sobre a AIDS. Uma delas, sem mencionar a AIDS, pede aos entrevistados que listem todas "as doenças transmitidas sexualmente" que eles conhecem. A outra pergunta menciona o nome da doença: "Você já ouviu falar de uma doença chamada AIDS?".

Quando ouve o nome da doença, a grande maioria dos entrevistados de todos os países diz que já ouviu falar de AIDS. Mas isso não significa que eles sabem como a AIDS é transmitida ou que ela pode ser evitada pelo uso do preservativo.

Não é surpreendente que poucas pessoas mencionem a AIDS quando se lhes pede que listem as doenças espontaneamente, sem dar antes a estas pessoas o nome das doenças específicas. Por exemplo, em Mali somente 70% dos homens casados mencionaram espontaneamente a AIDS mas, quando se mencionava esta doença antecipadamente, 97% dizia já ter ouvido falar nela (122). No Haiti, 77% das mulheres que nunca se casaram mencionaram espontaneamente a AIDS, percentual que subia para 97% quando se mencionava a doença antecipadamente (87).

Em muitos países, os homens estão mais cientes da AIDS do que as mulheres e, por outro lado, as mulheres que nunca se casaram têm maior probabilidade de já terem ouvido falar da AIDS do que as mulheres casadas. No entanto, na maioria dos países latino-americanos, a percepção da AIDS é praticamente universal, tanto entre homens como mulheres. As maiores diferenças entre homens e mulheres casados, no que se refere à sua percepção sobre a existência da AIDS, foram encontradas na África Ocidental. Em Níger — o caso mais extremo - 90% dos homens casados pesquisados em 1997 revelaram já ter ouvido falar da AIDS, comparados com apenas 51% das mulheres casadas (veja a tabela 5).

Outros estudos realizados na China, Papua Nova Guiné e Turquia constataram também uma falta de conhecimento substancial sobre AIDS/HIV e outras ISTs (59, 299, 320).

Conhecimento sobre preservativos

Muitas pessoas que já ouviram falar de AIDS também estão informados sobre os preservativos. Em geral, entre os casados que já ouviram falar da AIDS, os homens têm maior probabilidade do que as mulheres de estar informados sobre os preservativos. Entre todos os homens e mulheres que já ouviram falar da AIDS, os homens que nunca se casaram – ou seja, o grupo que tem a maior probabilidade de correr o risco de contrair a doença—são os que têm a maior probabilidade de conhecerem os preservativos (veja a tabela 5).

No entanto, a pessoa que diz conhecer os preservativos poderá não saber muito sobre eles, inclusive não saber como usá-los corretamente (283). Em Uganda, um estudo de 1993 constatou que praticamente todos os entrevistados já tinham ouvido falar de preservativos, mas somente 1 em cada 10 sabia como usá-los corretamente. Em Gana, uma pesquisa qualitativa de 1997 comprovou que muitas mulheres jovens evitavam usar preservativos porque acreditavam, erroneamente, que eles se rompiam muito facilmente e causavam vários problemas de saúde (214). Em Gujarat, na Índia, um estudo de 1997 concluiu que somente 15% dos pesquisados sabiam que o preservativo não devia ser usado mais de uma vez e somente 7% sabiam que o preservativo de látex não devia ser usado com um lubrificante à base de óleo (485).

Conhecimento de que o uso do preservativo pode prevenir a AIDS

Os estudos DHS, sem fazer menção aos preservativos, perguntam às pessoas que já ouviram falar sobre AIDS que passos devem ser dados para evitar a doença. Entre aqueles que já ouviram falar sobre AIDS, os homens e mulheres que nunca foram casados têm, geralmente, maior probabilidade do que as pessoas casadas de saber que os preservativos podem prevenir a AIDS. Mesmo assim, em vários países pesquisados—Benin, Chade, Moçambique e Uganda— somente uma minoria dos homens que nunca se casaram e que já ouviram falar da AIDS sabem que os preservativos podem prevenir esta doença (ver a tabela 5).

Em todos os países pesquisados, a maioria dos homens que nunca foram casados, que já ouviram falar da AIDS e que conhecem os preservativos, sabem também onde obter os preservativos. Em 11 dos 13 países pesquisados, esta mesma assertiva é verdadeira no caso de mulheres que nunca se casaram. Geralmente, as mulheres casadas têm menor possibilidade de conhecerem uma fonte de fornecimento de preservativos.

Population Reports is published by the Population Information Program, Center for Communication Programs, The Johns Hopkins School of Public Health, 111 Market Place, Suite 310, Baltimore, Maryland 21202-4012, USA

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