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Doença atinge cerca de 30%
da população mundial e é
ignorada pela grande maioria
Ao contrário do que muitos acreditam, o ronco
não é uma coisa normal e não deve ser ignorado.
Ronco alto e frequente, sonolência durante o dia,
cansaço e sono agitado são os principais sintomas
de um mal que atinge cerca de 30% da população:
a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS). Desconhecida
por muitos, e pela maioria dos portadores, essa
doença é resultante da obstrução recorrente da
faringe durante o sono.
“A apneia é uma interrupção do fluxo de ar para
os pulmões, decorrente do colamento da região
da faringe”, explica o dr. Pedro Genta, presidente
da sub-comissão de Distúrbios Respiratórios do
Sono da Sociedade Paulista de Pneumologia e
Tisiologia (SPPT). “Se fechar totalmente, a pessoa
não consegue respirar e a falta de oxigênio traz
diversas repercussões”, diz.
A obesidade, que atinge cada vez mais a população
mundial, é uma das responsáveis pelo aumento de
casos de apneia. O excesso de comida e bebida
antes de dormir pode agravar o quadro, bem como
o hábito de dormir de barriga para cima.
Atingindo em sua maioria homens e com idade
até 70 anos, a doença também tem prevalência
elevada em crianças com idade entre três e oito
anos. Segundo o dr. Genta, a detecção precoce
do problema é a melhor forma de garantir a boa
qualidade de vida. O especialista defende que o
tratamento da AOS deve começar coma terapêutica
das doenças respiratórias. “Há indícios de que
doenças nasais associadas à respiração oral que
não são tratadas corretamente na infância podem
levar ao comprometimento do desenvolvimento
facial pleno, aumentando a probabilidade de
apneia na fase adulta”, explica.
O tratamento melhora dia
a dia dos pacientes
O tratamento da apneia obstrutiva do sono varia
conforme o paciente e a gravidade do caso. Podem
ser utilizados aparelhos ortodônticos e o aparelho
de Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas
(CPAP), que é um dispositivo que aplica pressão
positiva na faringe através de uma máscara
nasal. Dependendo das causas da AOS, podem ser
indicados procedimentos cirúrgicos.
Com o tratamento, é possível restaurar a
respiração regular durante a noite e aliviar os
sintomas como ronco alto e sonolência durante o
dia, além de ajudar no combate a problemas de
saúde relacionados à apneia obstrutiva do sono,
como pressão alta, risco de ataque cardíaco e de
acidentes vasculares cerebrais.
Para prevenir a AOS, é essencial controlar os
fatores de risco, como obesidade e tabagismo.
“Entre algumas medidas que além de fazer parte
do tratamento, são também preventivas, estão
manter hábitos de sono regulares, parar de fumar,
dormir de lado, elevar a cabeceira da cama e
manter o peso adequado à altura”, aconselha dr.
Genta.
SONO