São numerosas as condições encontradas em terapia intensiva que causam disfunções neurológicas. A maioria associa-se previsivelmente a doenças críticas ou pelo menos bem estabelecidas, e várias outras são pouco freqüentes e não são discutidas neste capítulo.A dificuldade surge quando o início abrupto de uma complicação neurológica é freqüentemente mascarado pelos efeitos da doença primária (p. ex., desordens metabólicas que produzem encefalopatia, retardando o reconhecimento de uma hemorragia cerebral) ou por seu tratamento (p. ex., grande sedação para permitir sincronia com o ventilador mecânico). Outros problemas neurológicos (p. ex., polineuropatia crítica) tipicamente desenvolvem-se mais insidiosamente e tornam-se aparentes somente quando o paciente melhora. Também, os problemas neurológicos muito freqüentemente são aparentes por algum tempo, mas suas manifestações são inapropriadamente atribuídas à doença subjacente (1). Para identificar esses problemas, o intensivista deve estar tão atento em sua interpretação das alterações do nível de consciência e da movimentação dos membros como está na análise da queda da saturação do oxigênio ou no aumento da contagem de leucócitos do sangue (2)..