Capítulo 14 - Transposição Congenitamente Corrigida

Introdução

Corações com conexões discordantes ao nível das junções atrioventricular e ventrículo-arterial têm sido descritos como tendo 'inversão ventricular' ou 'l-transposição'. Tais descrições não são de muita utilidade no entendimento da morfologia anormal. Nós acreditamos que esses corações são melhor descritos como apresentando transposição congenitamente corrigida. Em tais casos, o átrio morfologicamente direito está conectado ao ventrículo morfologicamente esquerdo, o qual suporta o tronco pulmonar, enquanto que o átrio esquerdo está conectado ao ventrículo direito, que dá origem à aorta (figura 14.1). Esta definição deve ser comparada à da transposição completa (veja Capítulo 13). Corações com conexão atrioventricular discordante podem também existir, embora mais raramente, com qualquer uma das possíveis conexões ventrículo-arteriais. Quando analisadas de forma seqüencial, identificando-se tanto as conexões como as relações espaciais, todas as combinações podem ser descritas.

Conexão Atrioventricular Discordante

Conexão discordante ao nível da junção atrioventricular existe quando ambos os átrios (direito e esquerdo) estão conectados a ventrículos morfologicamente não apropriados (figuras 14.2a, 14.2b, 14.2c e 14.2d).

Conexão discordante não pode existir, portanto, com isomerismo atrial (veja Capítulo 4) ou com conexão atrioventricular univentricular (por exemplo, dupla via de entrada ventricular, veja Capítulo 7). Corações com dupla via de entrada de ventrículo esquerdo podem ter similaridades com aqueles apresentando conexão atrioventricular discordante, tais como topologia ventricular do tipo mão esquerda ou uma aorta à esquerda e anterior. Há também importantes diferenças. Para evitar confusão, é melhor usar a descrição conexão atrioventricular discordante apenas para corações com arranjo usual ou 1 em espelho' dos átrios, e com cada um deles conectado ao ventrículo não apropriado (veja figuras 14.1, 14.2a, 14.2b, 14.2c e 14.2d). Em nossa experiência, o átrio morfologicamente direito está sempre conectado ao ventrículo esquerdo através de uma valva morfologicamente mitral e o átrio esquerdo ao ventrículo direito através de uma valva tricúspide. A identificação dos dois átrios, cada uma suportando uma valva atrioventricular não apropriada é, portanto, um fato diagnóstico de conexão discordante.

A conexão discordante pode ainda existir a despeito da relação espacial entre os ventrículos. Freqüentemente, com conexão atrioventricular discordante e arranjo atrial usual, o ventrículo morfologicamente esquerdo encontra-se à direita do ventrículo morfologicamente direito, ambos estando lado a lado (figuras 14.3a, 14.3b). De forma semelhante, com conexão atrioventricular discordante e arranjo atrial do tipo 'imagem em espelho', o ventrículo morfologicamente esquerdo tende a estar à esquerda e lado a lado relativamente ao ventrículo direito (figuras 14.4a, 14.4b). Mas esse tipo de arranjo não está sempre presente. Com freqüência existe obliqüidade súpero-inferior na orientação dos ventrículos, com o ápice dirigido para a direita quando há arranjo atrial usual e para a esquerda quando há 'imagem em espelho' atrial. O ventrículo morfologicamente esquerdo então tende a ser o ventrículo superior. Anormalidades das relações ventriculares também podem ser encontradas devidas à rotação sobre o eixo longo dos ventrículos. Isto significa que todo (ou parte) do ventrículo morfologicamente direito encontra-se à direita em corações com arranjo atrial usual (à esquerda naqueles com arranjo atrial tipo 'imagem em espelho'). Tal anomalia de rotação tem sido denominada criss-cross (figuras 14.5a, 14.5b).1,2 Assim como a variante súpero-inferior (com a qual ela pode coexistir), ela é encontrada mais freqüentemente com conexão atrioventricular discordante, mas pode existir com qualquer outra conexão atrioventricular A característica importante desses desvios horizontais e de rotação das relações ventriculares é que elas não alteram a arquitetura básica das duas câmaras dentro da massa ventricular (topologia ventricular, veja Capítulo 2).

Morfologia da Transposição Congenitamente Corrigida

Existe transposição congenitamente corrigida existe quando a conexão atrioventricular discordante é acompanhada de conexão ventriculoarterial discordante. As duas conexões discordantes, em termos de circulação, cancelam-se mutuamente: daí o termo 'congenitamente corrigida'. Anatomicamente, os troncos arteriais originam-se de ventrículos morfologicamente não apropriados. Em outras palavras, o tronco pulmonar origina-se do ventrículo morfologicamente esquerdo e a aorta, do direito (figuras 14.6a, 14.6b, 14.6c, 14.6d ,14.6e e 14.6f). Quase sempre, os folhetos da valva pulmonar estão em continuidade fibrosa com a valva mitral, enquanto que a valva aórtica tem um infundíbulo muscular completo. A valva aórtica é usualmente encontrada anteriormente e à esquerda relativamente ao tronco pulmonar (ou anteriormente e à direita na variante com arranjo atrial 'em espelho'). Nem a anatomia infundibular nem as relações arteriais, todavia, são sempre assim. Anormalidades rias relações espaciais entre as artérias, por exemplo, são freqüentemente uma característica das variantes chamadas criss-cross da transposição corrigida (veja figuras 14.5a, 14.5b). Quando o tronco pulmonar origina-se do ventrículo esquerdo, sua posição posterior leva a um extenso recesso anterior no ventrículo. A origem do tronco pulmonar do ventrículo esquerdo tem um efeito fundamental na morfologia septal. Assim como no coração normal, a via de saída do ventrículo esquerdo tem um recesso posterior profundo entre a valva mitral e o septo. No coração com conexão atrioventricular discordante, esse recesso posterior produz desalinhamento entre o septo atrial e o septo ventricular de entrada (veja figuras 14.6a, 14.6b, 14.6c, 14.6d ,14.6e e 14.6f). O grau de desalinhamento atrioventricular é maior em corações com arranjo atrial usual do que naqueles com arranjo tipo 'imagem em espelho'. Isto tem importantes implicações na disposição dos tecidos de condução nos dois tipos de transposição corrigida. Quando a conexão atrioventricular discordante ocorre com dupla via de saída de ventrículo direito, o desalinhamento septal atrioventricular é menos acentuado. Isto ocorre porque o tronco pulmonar não mais se origina do ventrículo esquerdo.

O fluxo sangüíneo em pacientes com transposição corrigida é potencial inteiramente normal. Na ausência lesões associadas, os pacientes podem estar perfeitamente bem. São relatados casos nos quais descobriu-se incidentalmente como achado de autópsia na oitava década de vida.3 Admite-se, todavia, que o ventrículo morfologicamente direito não consegue suportar a circulação por toda a vida, mesmo quando o restante do coração é normal. Algumas evidências suportam tal assertiva.4 Outra evidência sugere que o ventrículo morfologicamente direito pode funcionar normalmente mesmo quando suportando a carga sistêmica.5 Ainda assim, é muito infreqüente encontrar transposição corrigida na qual não exista outra lesão no coração. Três de tais lesões são tão freqüentes que são consideradas como parte da anomalia.6,7 Elas são o defeito do septo ventricular, obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo e malformações da valva morfologicamente tricúspide. Outras importantes anomalias podem também existir, tais como obstrução subaórtica e coarctação.8

As Lesões mais Associadas


Um defeito do septo ventricular é encontrado em cerca de dois terços dos casos autopsiados de transposição corrigida.7 Mais freqüentemente, em sua borda existe continuidade fibrosa entre os folhetos das valvas mitral, pulmonar e tricúspide, e ele é chamado de perimembranoso. Usualmente, ele se abre entre as vias de entrada ventriculares. Isto é importante para o ecocardiografista, uma vez que o defeito na via de entrada remove o afastamento no nível de inserção das valvas mitral e tricúspide, (figuras 14.7a, 14.7b, 14.7c e 14.7d). Embora o defeito perimembranoso seja visto mais freqüentemente, qualquer tipo de defeito pode ser encontrado na conexão atrioventricular discordante. Assim como em outros corações, o defeito duplamente relacionado e justa-arterial é encontrado mais freqüentemente nas populações ocidentais.9 Defeitos musculares são raros, os defeitos do septo atrioventricular ainda mais raros, mas ambas essas lesões podem existir.

Obstrução na via de saída do ventrículo esquerdo pode ser causada por várias lesões, freqüentemente coexistindo com estenose da valva pulmonar.10 A estenose muscular subvalvar (figuras 14.8a, 14.8b) é particularmente difícil de tratar cirurgicamente, em virtude da íntima relação com o tecido de condução atrioventricular (veja abaixo). Também é difícil de remover uma saliência fibrosa, pela mesma razão. Brotos de tecido fibroso, por sus vez, são comuns (figuras 14.9a, 14.9b) e podem ser ressecados com segurança. Eles podem originar-se de qualquer das valvas próximas da viade saída, porém mais freqüentemente da valva tricúspide ou de um remanescente do componente interventricular do septo membranoso. Usualmente esses brotos coexistem com um defeito do septo ventricular, mas podem ser encontrados com septo ventricular íntegro.

Malformações da valva morfologicamente tricúspide constituem-se nas lesões associadas mais comuns encontradas em espécimes de autópsia, sendo observadas em nove décimos de todos eles.7 Tais anomalias nem sempre são identificadas clinicamente. A lesão mais freqüente é a malformação de Ebstein (figura 14.10a, 14.10b). Assim como na conexão atrioventricular concordante, a valva apresenta tanto padrão anômalo de inserção como displasia de folhetos. Também da mesma forma que na conexão concordante, são os folhetos septal e mural que mostram os maiores graus de deslocamento de inserção. O folheto ântero-septal em geral exibe inserção focal, mas pode apresentar inserção linear. Embora a anomalia de Ebstein seja a lesão mais comum da valva tricúspide, cavalgamento e/ou inserção bilateral é provavelmente a normalidade mais significativa, por promover os maiores problemas na correção cirúrgica. Uma valva que cavalga o septo pode ser considerada, dependendo de suas inserções, como parte de um espectro de malformações entre a transposição congenitamente corrigida e a via de entrada de ventrículo esquerdo com ventrículo rudimentar direito situado à esquerda.

A valva mitral também pode inserir-se bilateralmente e/ou cavalgar na presença de conexão atrioventricular discordante.11 Ela, em geral, cavalga a parte de saída do septo ventricular, freqüentemente na presença de dupla via de saída do ventrículo morfologicamente direito. Valva mitral cavalgando é parte de uma série de lesões estendendo-se até a dupla via de entrada de ventrículo direito com ventrículo esquerdo rudimentar à direita.

Outras lesões podem ocorrer na transposição congenitamente corrigida. Deficiências do septo atrial são comuns. Obstrução subaórtica, quando presente, tende a coexistir com coarctação. Atresia aórtica ou interrupção são também reconhecidas. Se a atresia aórtica é encontrada no contexto da transposição congenitamente corrigida, ela acompanha hipoplasia do ventrículo morfologicamente direito.12 Da mesma forma, atresia pulmonar (quando encontrada com septo ventricular íntegro e conexão atrioventricular discordante) é parte da hipoplasia do ventrículo morfologicamente esquerdo.13

Outros Tipos de Conexão Ventriculoarterial


Embora a maioria dos pacientes tenham conexão discordante ao nível da junção ventriculoarterial, outros tipos de conexão ventriculoarterial podem existir. Dupla via de saída de ventrículo direito, além de via de saída única coexistindo com atresia pulmonar são as mais prováveis.14

Como já discutido, com dupla via de saída do ventrículo direito, o desalinhamento entre os septos atrial e ventricular é muito menor. O defeito do septo ventricular na dupla via de saída é quase sempre encontrado em posição subpulmonar (figuras 14.11a, 14.11b e c). Porém, não há razão para ele não existir em outras posições (subaórtico, não relacionado, ou duplamente relacionado).

A atresia pulmonar pode ser encontrada com septo ventricular íntegro e ventrículo esquerdo hipoplásico,13 mais freqüentemente, porém, é encontrada associada a defeito do septo ventricular e com a aorta conectada ao ventrículo morfologicamente direito. O remanescente do tronco pulmonar é, então, encontrado posteriormente. Pode ser difícil dizer se originalmente ele se originava do ventrículo direito ou esquerdo. O suprimento arterial pulmonar nessas circunstâncias vem, na nossa experiência, sempre do canal arterial.

Outros tipos de conexão ventriculoarterial são muito mais raras. Conexão ventriculoarterial concordante é importante, pois produz um padrão circulatório da transposição completa. Visto que o ventrículo esquerdo suporta a aorta, essa anomalia pode ser corrigida cirurgicamente por um procedimento de redirecionamento no plano atrial (operações de Mustard ou de Senning).15 Dupla via de saída de ventrículo esquerdo, tronco arterial comum e via de saída única com atresia aórtica são todos extremamente raros, porém existem.

Conexão Atrioventricular Discordante com Átrios em 'Imagem em Espelho'

Quando uma conexão atrioventricular discordante ocorre com arranjo atrial tipo 'imagem em espelho', o padrão não é o 'reverso' do usual. Como já visto, existe menor desalinhamento do septo atrioventricular. Isto significa que, na maioria dos casos, o eixo de condução atrioventricular origina-se do 'nó atrioventricular usual'. Além disso, há diferenças na freqüência de lesões associadas. Os defeitos do septo ventricular são menos freqüentes, e a estenose subpulmonar é mais freqüente do que no arranjo atrial usual.

Posição Anômala do Coração

Uma localização anormal do coração é comum em pacientes com conexão atrioventricular discordante. A posição do coração dentro do tórax e a orientação de seu ápice devem ser descritos separadamente. Isto evita a necessidade de criar termos confusos e dúbios como 'levocardia mista' ou 'dextrocardia pivotante'.

Sistema de Condução

O nó sinusal está localizado em sua posição normal em indivíduos com arranjo usual dos apêndices atriais, mas está colocado no átrio morfologicamente direito situado à esquerda em pacientes com um arranjo tipo 'imagem em espelho' dos apêndices.

Em corações com conexões atrioventricular e ventriculoarterial discordantes, a via de saída do ventrículo esquerdo está 'encaixada' mais profundamente que o normal, estendendo-se posteriormente em direção à cruz do coração. Existe desalinhamento entre o septo atrial e o septo ventricular de entrada. Isto cria uma considerável distância entre o átrio esquerdo e o trato de saída subpulmonar. Na ausência de um defeito septal ventricular nessa região, o espaço é preenchido por um grande septo membranoso. Como resultado dessa distorção, o nó atrioventricular normal, encontrado no septo atrioventricular no ápice do triângulo de Koch, não se encontra mais em contato com o miocárdio ventricular. Ao invés dele, um nó atrioventricular conectante é encontrado na parede do átrio direito, no limite direito da área de continuidade fibrosa entre os folhetos das valvas mitral e pulmonar. O eixo de condução penetra, então, através da área fibrosa e passa à frente da valva pulmonar (figuras 14.12a, 14.12b). O trajeto do feixe não ramificante é particularmente relevante em corações associados com defeito do septo ventricular. O feixe corre anteriormente à valva pulmonar e então desce ao longo da margem anterior do defeito antes de se ramificar. O ramo esquerdo desce imediatamente abaixo do endocárdio na face septal do ventrículo morfologicamente esquerdo. A porção proximal do ramo direito usualmente toma um trajeto intramiocárdico para alcançar o ventrículo morfologicamente direito.

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