Jaime L. Frías.
Defeitos cardíacos congenitos (DCC), com prevalência
estimada de 8 a 10/1.000 nascidos vivos,1,3 constituem um grupo heterogêneo de
malformações, de etiologias variáveis. Nós pensamos e acreditamos que aproximadamente
10 dos casos de DCC são determinados geneticamente. Outros 3 são resultado de fatores
ambientais, e os restantes 87 podem ser atribuídos a mecanismos multifatoriais. (Quadro 17-1).2,4,5 Etiologia genética
inclue anormalidades cromossomiais e monogênicas. Dentre as desordens cromossomiais,
trissomia do 21 é de longe a mais comum, tendo incidência relatada entre 4 a 10 de todas
as crianças com cardiopatias congênitas.5-7 Outras trissomias são causas
raras de cardiopatias, embora malformações cardíacas em pacientes com elas, como
trissomia do 13 e do 18, sejam de ocorrência comum.8 A Síndrome de Turner,
causada por monossomia total ou parcial do cromossoma "X", tem incidência perto
de 1 dentre as crianças com cardiopatias congênitas.7 Devido a sua
reconhecida associação com coartação de aorta, entretanto, deve ser suspeitada em toda
menina com essa malformação e baixa estatura.
Mecanismos manogênicos (mendelianos) são considerados
por responder a 3% de todos os casos de DCC9 A maior parte dos casos são
Síndromes de anomalias congênitas múltiplas, como a síndrome de Noonan, Holt-Oram e
Síndrome de Carpenter, entre outras. Determinação genética simples nas cardiopatias
tem sido considerada rara, mas, herança autossômica dominante, tem sido demonstrada em
pelo menos um tipo de comunicação interatrial em algumas famílias com estenose
subaórtica hipertrófica idiopática.9 A localização do gene para estes
defeitos tem sido provisoriamente determinada no cromossoma "6". Outros tem
atribuído ao cromossoma "14" a causa da estenose subaórtica idiopática.9a
Avanços continuados em genética molecular identificarão maior número de cardiopatias
causadas por gene único (para descrição de desordens mendelianas recomendamos
Mckusick’s catálogo de herança Mendeliana).10
Alguns fatores ambientais, incluindo exposição a certas
drogas e químicos, agentes antiinfecciosos durante a gravidez e distúrbios metabólicos
maternos, são conhecidos por produzirem anormalidades no feto e cardiopatias congênitas
em significativa proporção.2,5,9,11 Estas síndromes estão listadas no quadro 17-2, junto com a incidência observada de
cardiopatia congênita e o tipo mais freqüente de lesão cardíaca encontrada em cada uma
delas.
Acredita-se ser herança multifatorial a responsável pela
maior parte dos casos de cardiopatias congênitas isoladas. Simplificando, o termo
herança multifatorial pressupõe uma predisposição genética causada por diversos
genes, tornando o indivíduo suscetível ao efeito de fatores ambientais. Modelos
matemáticos e experiências em animais dão suporte a esta hipótese, porém provas de
sua existência em humanos são empíricas. Como veremos à frente, neste capítulo, temos
agora razão para considerar o defeito de gene único responsável pela maior parte,
proporcionalmente, das cardiopatias congênitas. Então, o conceito de herança
multifatorial poderá se tornar menos atrativo.
Abordagem Genética Para a Criança Com
Dcc
O médico que estiver cuidando de uma criança com DCC
deve estar atento à possibilidade da presença de malformação genética, não só com
objetivo de fornecer informações iniciais à família, mas para decidir quanto à
necessidade do encaminhamento ao geneticida para avaliação e aconselhamento. Para
diagnosticar a natureza da desordem e seu risco de recorrência na futura prole, o
geneticista deve obter do cardiopediatra definição precisa do tipo de cardiopatia, não
só do ponto de vista anatômico, mas, mais importante, descrição em termos de
patogênese. Avaliação genética deve incluir: revisão completa da história familiar
na procura de outros familiares afetados e estabelecer um padrão de herança, análise
detalhada da gestação, incluindo a presença de doença materna específica e
exposição a agentes potencialmente tóxicos e/ou teratogênicos. Avaliação cuidadosa
do paciente é necessária, buscando a presença de anomalias associadas, num esforço
para reconhecer associações, síndromes conhecidas ou padrões não identificados de
malformações. Estudos laboratoriais cromossomiais e análises moleculares são indicados
em casos específicos.
Abordagem
Cardíaca da Criança Com Síndrome Dismórfica (Genética Ou Não Genética)
É de grande utilidade para o médico dos cuidados
primários conhecer defeitos cardíacos específicos que estão associados freqüentemente
a Síndromes dismórficas. Por exemplo, 50% dos pacientes com Síndrome de Down têm
anormalidades cardíacas, sendo a mais comum o defeito de coxim endocárdico,
particularmente na sua forma total. (DSAV). O defeito do septo A-V causa alteração
eletrocardiográfica característica em quase todos os casos (ver Cap. 3). Parece razoável, então, obter ECG
de todos os pacientes com Síndrome de Down. Muitos deles, atualmente, são identificados
logo ao nascimento, independente da anormalidade cardíaca ser notada. Semelhantemente, a
identificação de um paciente com Síndrome de Turner deve alertar o clínico para a
possibilidade de coartação. A presença da Síndrome de Noonan sugere a possibilidade de
estenose pulmonar; Síndrome de Marfan alerta à pesquisa de alterações do arco
aórtico, válvula aórtica e prolapso mitral. O Quadro
17-3 resume as informações discutidas e outras síndromes. As tabelas 17-2 e 17-3
indicam que alguns defeitos cardíacos como CIV e TF ocorrem em muitas síndromes e
embriopatias, enquanto outros são menos comuns.
Definição da
Patogênese da Malformação Cardiovascular
Conhecimento envolvido no mecanismo de produção das
cardiopatias congênitas (CC) contribuiu na compreensão específica das relações entre
CC e anormalidades extracardíacas. Cinco mecanismos podem estar envolvidos na produção
das CC durante o início da embriogênese: proliferação e migração anormal de células
do arco branquial mesenquimal e da crista neural; alterações na proporção do fluxo
esquerdo e direito do coração; anormalidades no processo de programação de morte
celular; alterações na formação da matriz extracelular; anormalidades no
crescimento-alvo. O Quadro 17-4 descreve as
malformações cardíacas que podem resultar e cada mecanismo proposto.12,15
Notar que defeitos morfologicamente diferentes têm mecanismos patogênicos comuns e que
defeitos morfologicamente semelhantes têm processos de desenvolvimento diferentes. Este
mecanismo explica, por exemplo, os vários tipos de CIV, cada um deles produzido por uma
patogênese diferente. Reconhecer esta hipótese é de grande importância para o
aconselhamento genético e poderá "iluminar" a patogênese das malformações
associadas a estes defeitos. A correlação entre a síndrome de DiGeorge e a
interpretação do arco aórtico (Cap. 6), truncus
arteriosus e tetralogia de Fallot,13,16 todos defeitos conotruncais, é
resultado de anormalidade na migração de desenvolvimento das células da crista neural.
Outras três síndromes nas quais as malformações cardíacas mais comumente observadas
são as conotruncais são: associação "CHARGE", microssomia hemifacial e a
Síndrome de Shprintzen.17-19 É lógico assumir que as malformações não
cardíacas nestas Síndromes são também conseqüências de anormalidade na migração e
proliferação do tecido mesenquimal.20
Correlações análogas têm sido observadas em duas
anomalias congênitas induzidas por teratógenos, embriopatia por talidomida e
isotretinoína. Nas duas desordens a malformação cardíaca característica é a
conotruncal: tetralogia de Fallot, TGV e DVSVD na embriopatia por talidomida,21,22
e TF, TGV e interrupção do arco aórtico na embriopatia por isotretionina.23
Estas observações são consistentes com a hipótese de que anormalidades na migração
das células da crista neural têm importante palpel na patogênese de múltiplas
anomalias e síndromes.12,24
História Familiar
Uma história familiar cuidadosa, abordando pelo menos
três gerações, deve ser obtida durante avaliação de paciente com CC, em um esforço
para identificar parentes afetados. A possibilidade de consangüinidade deverá ser
investigada, e será a chave para heranças autossômicas recessivas, fato reconhecido por
aumentar o risco de recorrência. Como será discutido posteriormente neste capítulo, o
risco de recorrência aumenta se parentes próximos são também afetados. Havendo
concordância entre a malformação presente em um paciente e o defeito encontrado em um
parente, tal fato deve ser analisado à luz do mecanismo patogênico, e não simplesmente
pela definição anatômica.15
Seria mais adequado se os dados familiares estivessem
documentados com relatórios médicos. Parentes que estiverem sob suspeita de possuir
cardiopatia, ou forem cardiopatas conhecidos, serão "obri-gados" a sofrer
avaliação por cardiologista para definição diagnóstica. A necessidade deste tipo de
abordagem já foi adequadamente demonstrada. Por exemplo, avaliação clínica e
ecocardiográfica prospectiva de parentes de primeiro grau de pacientes com DSA-V e
hipoplasia de cavidades esquerdas, revelaram malformações não suspeitadas, que embora
sem a mesma importância clínica que aquelas observadas nos pacientes, eram do mesmo
espectro patogenético.25,26
Parentes de pacientes com CC relacionadas a síndrome,
devem ser cuidadosamente avaliados para manifestações menores da doença. Isto tem
particular importância nas Síndromes Mendelianas, que têm alto grau de variabilidade de
expressão (por exemplo s Noonan, s kartagener, s hipertelorismo-hipospádia e s
Waardenburg).
Anomalias Extracardíacas Associadas
Na maior parte dos casos, as CC ocorrem como malformação
isolada, mas aproximadamente em 1/3 dos casos estão associadas a outras, e de 10 a 15
têm sídromes dismórficas específicas. A incidência referida de anomalias
extracardíacas associadas atinge 7,7 a 45.5,6,27 Esta grande variação é
resultado de metodologias diferentes utilizadas nos vários estudos, como, por exemplo,
tipo de paciente com CC incluídos na análise, definição de anomalia associada a
característica prospectiva ou retrospectiva do estudo e a inclusão de casos de
autópsia. Relatos iniciais27,28 eram limitados a simples enumeração das
anomalias identificadas, porém estudos mais recentes, através de análise cuidadosa dos
dados, procuram reconhecer padrões de malformações e correlacionar a natureza da
malformação extracardíaca com o tipo de CC encontrada nos pacientes. Este procedimento
trouxe luz à patogenese das CC e revelou alguns padrões das malformações associadas a
elas.6,19,23
Estudo de 1.016 casos de CC6 identificou 135
(13,3) com síndromes reconhecidas, embriopatias e associações (Quadro 17-5). Esta percentagem é maior do que
aquelas observadas em outros estudos27-29 provavelmente devido à natureza
prospectiva deste estudo e pela ênfase especial dada à detecção de defeitos maiores e
menores extracardíacos, assim como ao reconhecimento de síndromes.
Relatos prévios5,29 têm citado incidências
de anormalidades cromossômicas entre 5 a 7 em crianças com CC. Prevalência maior foi
relatada em Baltimore-Washington no estudo7 em crianças
caso-controle(população-base), estudo este realizado para identificação de fatores de
risco para CC; 2.012 pacientes com CC e foram estudados, foram encontrados 271 (12,9%)
casos com anormalidades cromossômicas, em contraste com somente 2 em 2.328 casos
selecionados randomicamente. Neste estudo, a sd. de Down, ocorreu em 10,4% dos pacientes
com CC A lesão predominante, como esperado, foi o defeito do septo
atrioventricular(DSA-V)
Alguns estudos têm demonstrado a correlação entre o
tipo de CC e a incidência de anormalidades extracardíacas associadas.28 No
"Programa Cardíaco Regional de Crianças" de New England um grupo cooperativo
de 11 hospitais de New England30 reportou toda as CC significativas
diagnosticadas no primeiro ano de vida – 25 apresentavam anomalias extracardíacas. A
incidência era maior que 33 nos casos de DSA-V, PCA e nos de malposição cardíaca.
Prevalências menores, de 20 a 32, foram encontradas em crianças com CIV, TF, CoAo,
ventrículo único (VU), e menor que 10% nos casos de TGV e AP com SI Em outro estudo de
881 pacientes sem padrão específico de malformação,6 68 (7,7%) tinham
anormalidades cardíacas maiores, e 369 (41,9%) alterações cardíacas menores. Nos
pacientes com anomalias maiores, aqueles com TF, tinham maior incidência do que o resto
do grupo (TF=15,7%, outros=6,8%). Achados similares têm sido reportados por outros
autores.28,30
Tem-se notado que malformações maiores específicas
apresentam prevalência maior que a esperada para as crianças com CC, incluindo fístula
traqueoesofágica, atresia anal, anormalidades vertebrais, onfalocele e hérnia
diafragmática.5,28,31 Alguns autores têm encontrado mais de 15% de anomalias
do trato urinário em crianças com CC,32 enquanto outros não têm referido
diferença entre cardiopatas e grupo-controle.6,33-35 Muitos cardiopediatras
examinam o trato urinário após angiografia, no cateterismo cardíaco, num esforço para
identificar malformações assintomáticas.
Poucos estudos incluíram lesões extracardíacas menores
em pacientes com CC. Isto é lamentável, pois estas alterações poderiam servir não
somente como indicador de morfogênese anormal, mas também como chave para o padrão
específico de malformação.36,37 Kramer e cols.6 observaram que a
freqüência de anomalias menores nos pacientes com CC por eles estudados era maior que na
população de crianças sadias. Os autores não encontraram, entretanto, correlação
entre o tipo de CC e a freqüência de malformações extracardíacas menores, como foi
feito com as alterações extracardíacas maiores.
Risco de
Recorrência
A incidência de CC nos irmãos de um paciente com defeito
cardíaco é de 1 a 3%.4,9 Este dado empírico varia de acordo com o tipo de
lesão presente no paciente em concordância com o modelo multifatorial, com o número de
parentes afetados e presença de consangüinidade. Riscos sugeridos de recorrência de CC
em irmãos estão listados no Quadro 17-6.
Estes riscos atingem de 1 a 4% se um irmão é afetado, e 3 vezes mais caso dois irmãos
sejam afetados.38
Pacientes com CC têm atingido a idade adulta cada vez
mais criando o interesse em definir o risco de recorrência em seus filhos. A presunção
de que parentes de primeiro grau têm o mesmo risco que irmãos tem sido postulada. Rose e
cols.39 estudaram a incidência da CC em crianças filhas de 219 pacientes que
possuíam um dos quatro defeitos que se seguem: CIA, CoAo, dextrocardia complexa e EAo Dos
385 nascidos vivos, de pais ou mães cardiopatas, 40 (10,4%) apresentavam CC Excluindo os
defeitos menores (por exemplo Síndrome WPW, PVM). O risco de recorrência foi de 8,8%.
Este dado é consideravelmente alto em relação aos dados obtidos por Nora e Nora4
para irmãos, que eram de 1 a 3%. Rose e cols. também observaram risco maior de
recorrência em filhos de mães afetadas (27/207=13%) do que em filhos de pais afetados
(13/178=7,3%) (p<0,001). Whittemore,40 em estudo prospectivo de 252 mulheres
com diferentes tipos de C.C., encontrou 65 dos seus 413 rebentos com cardiopatia. Após
excluir os casos com síndromes genéticas ou estória familiar positiva, o risco
observado foi de 13%. Risco aumentado em filhos de mães cardiopatas também foi relatado
por Nora e Nora.41 O risco observado em filhos de pais com CC foi igual ao
observado em irmãos. Estudo epidemiológico de base populacional15 estimou o
risco de recorrência em irmãos, agrupados por defeitos específicos, de acordo com seu
mecanismo patogênico. Estes dados são de difícil interpretação, sabendo-se do baixo
número de casos, porém eles sugerem que existe uma predisposição familiar para as
malformações relatadas, patogeneticamente (por exemplo válvula aórtica bicúspide,
coartação de aorta e síndrome do coração esquerdo hipoplásico, lesões com
alteração de fluxo), mais do que defeitos anatômicos específicos. Mais dados serão
necessários antes que seja possível obter maior segurança quanto aos verdadeiros riscos
de recorrência.
Rein e cols.42 descreveram vários familiares
apresentando tipos de malformações conotruncais, sugerindo herança monogênica. Estes
achados sugerem que pelo menos os casos não sindrômicos de CC, podem ser resultado de
defeito de um gene único, mais provavelmente que mecanismo multifatorial. Progressos na
ciência genética poderão identificar uma maior população de genes únicos
responsáveis por defeitos cardíacos congênitos. Alguns cardiologistas e geneticistas
acreditam hoje que a hipótese de herança multifatorial irá se tornar obsoleta.
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