Capítulo 09 - Posições Elétricas
Capítulo 09 - Posições Elétricas
José Hallake
Introdução
Corno vimos, as rotações do coração em torno de seus eixos determinam diversas orientações dos ventrículos em relação à parede torácica e, evidente mente, em relação às várias derivações.
Já vimos também que as derivações precordiais V5 e V6 mostram, habitualmente, o padrão do ventrículo esquerdo (VF), qR ou qRs, e que as derivações precordiais direitas V1 e V2 mostram, habitualmente, o padrão (to ventrículo direito (VD), rS. Na dependência dos padrões exibidos por aVL, e aVF em relação a V1, V2, V5, e V6, Wilson e cols.1 propuseram uma classificação em seis posições elétricas:
1. Posição elétrica horizontal
2. Posição elétrica semi-horizontal
3. Posição elétrica intermediária
4. Posição elétrica semi-vertical
5. Posição elétrica vertical
6. Posição elétrica indeterminada
Em realidade, essa classificação de Wilson pretende correlacionar as possíveis rotações do coração em torno dos três eixos anatômicos do coração (ou) as morfologias obtidas em precordiais direitas e esquerdas.
Posição Elétrica Horizontal
A morfologia de aVL é semelhante às obtidas em V5, e V5 e a morfologia de aVF e análoga às obtidas em V1 e V2* Isso ocorre porque a rotação anti-horária em torno do eixo longitudinal faz com que o ventrículo esquerdo fique acima do ventrículo direito, sendo bem captado em aVL. O eixo elétrico desvia-se para a esquerda (Fig. 9-1).
Nesses corações, a ponta está habitualmente para a frente. Trata-se, então, de um coração horizontal em relação ao eixo ântero- posterior, com rotação anti-horária em relação ao eixo longitudinal e com a ponta para a frente em relação ao eixo transversal. A rotação anti-horária determina a presença de q1 s3, assim como o freqüente desaparecimento de ondas s nas precordiais esquerdas. A ponta para a frente aumenta a onda q em D1 e pode determinar o aparecimento de q em D2. É claro que essas associações nem sempre estão presentes.
Posição Elétrica Semi-Horizontal
A morfologia de aVL é semelhante às obtidas em V5 e V6 e a morfologia de aVF é isodifásica ou de baixa voltagem. Isso ocorre porque a rotação anti-horária em torno do eixo longitudinal é menos acentuada, sendo o ventrículo esquerdo bem captado por aVL e aVF capta potenciais de ambos os ventrículos (Fig. 9-2)
Suas características são intermediárias entre a posição elétrica horizontal e a intermediária propriamente dita.
Posição Elétrica Intermediária
A morfologia de aVL é semelhante à de aVF e ambas são semelhantes às obtidas em V5 e V6 (Fig. 9-3).
Nesses corações não existe rotação importante em torno dos eixos longitudinal e transversal. O ÂQRS habitualmente se situa em torno de +30º.
Posição Elétrica Vertical
A morfologia de aVF é semelhante às obtidas em V5 e V6 e a morfologia de aVL, é semelhante às obtidas em V1 e V2*.
Isso ocorre porque a rotação horária em torno do eixo longitudinal faz com que ventrículo direito fique acima do ventrículo esquerdo, sendo bem captado em aVL. O eixo elétrico desvia-se para a direita (Fig. 9-4).
Habitualmente é um coração vertical em relação ao eixo ântero-posterior, com rotação horária em torno do eixo longitudinal e com a ponta para trás em relação ao eixo transversal. A rotação horária determina s1 e q3, bem como ondas S em precordiais esquerdas. A ponta para trás aumenta a voltagem de s em D1 e D2 e desvia o eixo elétrico mais para a direita. É claro que essas associações, nem sempre estão presentes.
posição Elétrica Semivertical
A morfologia de aVF é semelhante às obtidas em V5 e V6 e a morfologia de aVL e isodifásica ou de baixa voltagem.
Isso ocorre porque a rotação horária em torno do eixo longitudinal é menos acentuada, sendo o ventrículo esquerdo bem captado em aVF, e aVL capta potenciais de ambos os ventrículos (Fig. 9-5). Suas características são intermediárias entre as posições elétricas vertical e a intermediária propriamente dita.
Posição Elétrica Indeterminada
Não se consegue observar nenhuma semelhança entre V1 e V2, V5 e V6, aVF e aVL (Fig. 9-6).

Bibliografia
1. Wilson, F. N.; Johnston, F. D.; Rosenbaum, F. F.; Erlanger, H.; Kossman, C. E.; Hecht, H.; Cotrin, N.; de Oliveira, R. & Barker, P. S. The precordial eletrocardiogram. A. Heart J., 27:19,1944.
2. Cooksey J. D.; Dunn, M. & Massie, E. Clinical Vectocardiography and Eletrocardiography. 2. ed., 1977. The Year Book Medical Publishers.
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