José Ivan de Andrade O baço é o órgão mais comumente lesado na
contusão abdominal. As lesões esplênicas são geralmente de fácil identificação,
sendo, na maioria das vezes, possível classificar o dano do baço (ver Cap. 47). O diagnóstico preciso do trauma
esplênico enseja a possibilidade de tratamento não-operatório. Para que o tratamento
conservador seja realizado com maior segurança, tem-se recomendado a associação do
lavado peritoneal diagnóstico. Nesses casos, o emprego do lavado peritoneal diagnóstico
permitiria a exclusão de lesão de víscera oca.14,27
O fígado é o segundo órgão mais freqüentemente lesado
na contusão abdominal. Os portadores de lesões hepáticas graves são geralmente
admitidos em colapso circulatório e devem ser submetidos ao lavado peritoneal
diagnóstico e à laparotomia de emergência. Tais lesões acometem uma minoria dos
pacientes com trauma hepático. Existe um número apreciável de casos que apresentam
ferimentos superficiais do órgão, os quais não requerem hemostasia cirúrgica. Em tais
situações, a TC pode identificar pequenas lesões, evitando-se laparotomias
desnecessárias19 (ver Figs. 9-4
e 9-5).
Cecília H. M. de Almeida Prado
Introdução
Um corte tomográfico é obtido pela passagem de um feixe
de raios X através do corpo. A radiação é captada por detectores. Os dados obtidos
são processados por computador. A projeção dos valores numéricos obtidos nos eixos x,
y e z possibilita a construção de imagens em um osciloscópio de raios catódicos.
A capacidade de atenuação varia conforme o tecido
analisado e é quantificada em unidades (unidades Hounsfield). O osso é o tecido com
maior capacidade de atenuação (+ 1.000) e aparece com a cor branca. O ar tem pequena
capacidade de atenuação (- 1.000) e aparece com a cor preta. A capacidade de atenuação
da água é igual a zero.
A transferência da imagem obtida no monitor de televisão
para filmes de raios X resulta em perda de nitidez. Assim, todas as imagens devem ser
analisadas no monitor de televisão.
Para a obtenção de cortes tomográficos de boa qualidade
é necessária a obediência a alguns requisitos. A administração de contraste
radiológico pelas vias venosa e oral permite a diferenciação entre os órgãos ocos e
as vísceras sólidas.18 A contrastação do tubo digestivo possibilita a
identificação de perfuração das vísceras ocas, sobretudo das porções
retroperitoneais do duodeno11 (Fig.
9-1).
No momento que antecede a execução de cada corte é
indispensável que o paciente inspire profundamente e mantenha-se em apnéia e imóvel
durante a realização do exame. Para tanto. é necessário que ele esteja alerta e
cooperativo. Nos pacientes inconscientes e submetidos à intubação endotraqueal é
também possível a obtenção de apnéia durante a execução do corte tomográfico.
Pacientes com lesão moderada do sistema nervoso e hipóxicos mostram-se agitados e não
são bons candidatos à TC. Nesses casos, é indispensável a sedação, que pode
"mascarar" o exame neurológico e prejudicar a avaliação clínica do abdômen.
Os cortes tomográficos devem abranger todo o abdômen, do
diafragma à pelve. Da cúpula frênica até o pólo inferior dos rins, os cortes devem
ser efetuados a intervalos de 10 mm; a partir daí, de 20 em 20 mm.
Como a execução da TC demanda mais de 40 minutos, é de
fundamental importância que o cirurgião se mantenha vigilante durante o exame, pois o
paciente pode desenvolver insuficiência respiratória e/ou hipovolemia.
O
Papel da TC no Abdômen Agudo
A introdução da TC na prática clínica contribuiu
significativamente para o diagnóstico de algumas afecções abdominais. Deve-se, contudo,
ter em mente que a TC é um método complementar de diagnóstico e que, na avaliação do
abdômen agudo, notadamente o não-traumático, o exame clínico minucioso continua
insubstituível.
Na propedêutica do abdômen agudo, a radiografia
convencional, a ultra-sonografia abdominal e a TC não se excluem mutuamente.25
Por exemplo, uma radiografia não-contrastada do tórax, incluindo as cúpulas frênicas,
ainda é o melhor método para a detecção do pneumoperitônio. A ultra-sonografia é
igualmente imbatível no diagnóstico da colecistite aguda.
Os Quadros 9-1
e 9-2 mostram o valor da TC no diagnóstico
diferencial do abdômen agudo em crianças e adultos.
A TC no
Trauma Abdominal
Nos portadores de trauma múltiplo, a lesão das vísceras
abdominais é uma das mais importantes causas de óbito.4,16,24
Algumas vítimas de trauma abdominal apresentam, no ato da
admissão. indicações irrefutáveis de exploração cirúrgica, prescindindo da
realização de exames complementares mais sofisticados. Nos portadores de trauma
penetrante, constatada a violação do peritônio, a cirurgia está indicada.1
Restam os fermentos por arma branca nas regiões do dorso, flanco e nádegas, nos quais a
avaliação da penetração na cavidade peritoneal é, quase sempre, difícil. Pela
dúvida, muitos pacientes são submetidos a laparotomias não-terapêuticas. Recentemente,
Phillips et al.23 reportaram sua experiência com a TC nos ferimentos
penetrantes dos flancos e dorso. O contraste radiológico foi administrado pelas vias oral
e venosa e por enema, ensejando a individualização do tubo digestivo e dos demais
órgãos intra-abdominais. Com o emprego da técnica mencionada, puderam ser tratados 92%
dos pacientes sem laparotomia. Os resultados são promissores, mas faltam estudos que
confirmem esses achados.
Na contusão abdominal, a laparotomia de emergência está
indicada nos casos de distensão abdominal associada à hipotensão arterial, na
proctorragia associada a fraturas pélvicas, mediante sinais inequívocos de peritonite ou
evidência de lesão intra-abdominal ou quando a radiologia convencional demonstrar
lesões do diafragma, duodeno ou bexiga.9
Por outro lado, existem casos de contusão abdominal nos
quais a indicação cirúrgica não é tão precisa, sendo imprescindível a realização
de outros procedimentos diagnósticos. Olsen et al.21 relataram que a
acurácia do exame clínico exclusivo na abordagem da contusão abdominal é de apenas
42%. A ocorrência de alterações do estado de consciência em 36% dos politraumatizados
- secundárias a dano neurológico, ingestão de drogas ou distúrbios da ventilação -
torna o exame clínico pouco preciso.24
A TC está indicada em número limitado de casos de trauma
abdominal. Revendo a casuística do San Francisco General Hospital, Meredith e Trunkey18
constataram que a TC foi realizada em apenas 14% de todos os casos de trauma do abdômen.
A grande limitação da TC de abdômen é a ocorrência de
instabilidade hemodinâmica.18 Nessas circunstâncias, a TC está formalmente
contra-indicada, pois perde-se tempo precioso com a administração do contraste e a
realização dos cortes tomográficos. Além disso, pacientes hipovolêmicos apresentam
baixo fluxo sangüíneo para o encéfalo e encontram-se habitualmente agitados, o que
resulta na aquisição de imagens pouco esclarecedoras. Pacientes hipovolêmicos, nos
quais não haja indicação imediata de laparotomia, devem ser submetidos ao lavado
peritoneal diagnóstico.2
Os pacientes hemodinamicamente estáveis com suspeita de
lesão intra-abdominal podem ser submetidos à TC. Quando existe trauma cranioencefálico
simultâneo e o estado de consciência vem se deteriorando, a prioridade é para a TC do
crânio. Na ausência de hematomas subdural ou epidural, a TC de abdômen pode ser
realizada a seguir. Caso contrário, a TC de abdômen é suspensa e o paciente é
encaminhado à sala de operações. Enquanto o couro cabeludo é preparado para a
craniotomia, executa-se o lavado peritoneal diagnóstico.18 O Quadro 9-3 resume a conduta a ser adotada no
trauma abdominal fechado.
As Figs. 9-2
e 9-3 mostram cortes tomográficos do
abdômen de duas pacientes pediátricas que foram tratadas sem cirurgia.
A injúria do pâncreas é felizmente rara, mas
extremamente grave, quando diagnosticada tardiamente. O diagnóstico pré-operatório do
trauma pancreático é muito difícil. O lavado peritoneal diagnóstico falha na
identificação das lesões isoladas do pâncreas.5
Analisando os resultados de 300 casos de contusão
abdominal, Jeffrey et al.12 observaram que a TC foi capaz de detectar o
dano pancreático em 11 de 13 lesões do pâncreas demonstradas cirurgicamente. No trauma
pancreático podem ser notadas alterações da gordura peripancreática, sobretudo o
espessamento do mesentério e da fáscia pré-renal à esquerda e, ocasionalmente, ruptura
do parênquima. Todavia, a ausência de sinais de ruptura pancreática não exclui a
fratura da glândula. Em casos de dúvida, em pacientes hemodinamicamente estáveis, o
exame pode ser repetido após 12 horas.
A TC é particularmente útil na avaliação do trauma
renal. Ela pode identificar lesão renal em pacientes politraumatizados submetidos a exame
do abdômen ou pode ser utilizada quando uma urografia excretora prévia demonstrar alguma
anormalidade ou gerar dúvidas. A TC pode detectar a extensão do dano do parênquima
renal, o hematoma perirrenal. o extravasamento de urina e a lesão do sistema vascular18
(ver Figs. 9-6, 9-7 e 9-8).
A TC do abdômen permite a identificação do
hemoperitônio, bem como o cálculo do seu volume. O sangue proveniente do trauma
hepático se acumula na fosseta de Morrison, na goteira parietocólica e, finalmente, na
pelve. O sangue que resulta de uma pequena lesão do baço fica retido ao redor do órgão
e no espaço subfrênico esquerdo. Nas lesões maiores, o sangue ocupa também a fosseta
de Morrison. a goteira parietocólica esquerda e a cavidade pélvica.
Nas lesões retroperitoneais, a TC tem papel importante.
Como se sabe, o lavado peritoneal diagnóstico falha nas lesões isoladas do diafragma,
pâncreas. duodeno retroperitoneal e bexiga. No trauma retroperitoneal do duodeno, como
demonstrado na Fig. 9-1, a TC pode
reconhecer extravasamento de ar ou de contraste.
A TC pode também identificar a maioria das lesões
vesicais (ver Fig. 9-9), embora existam
evidências de que a cistografia tenha maior acurácia que a TC.17
No hematoma retroperitoneal associado a fraturas
pélvicas, o lavado peritoneal diagnóstico tende a superestimar o sangramento
intraperitoneal, levando à execução de laparotomias desnecessárias.7,10,20
A TC, além de estimar a extensão do hematoma retroperitoneal, permite a análise
detalhada da porção posterior do anel pélvico e a identificação do sangramento
intraperitoneal.28
O diagnóstico do trauma das porções intraperitoneais
dos intestinos é, às vezes, difícil, principalmente quando a lesão é mais distal. As
secreções são pouco irritantes e as manifestações clínicas são tardias. A TC pode
trazer contribuição ao diagnóstico dessas lesões. Donohue et al.6
relataram sua experiência com 24 casos de trauma do intestino e mesentério. Nove
pacientes com hematomas da parede intestinal e mesentério foram tratados sem operação,
com êxito. Dos 15 operados, o achado cirúrgico confirmou o diagnostico tomográfico em
14. Os critérios adotados para indicação cirúrgica foram: extravasamento de ar ou de
contraste, presença de líquido livre na cavidade peritoneal e/ou espessamento da parede
intestinal. Apesar dos bons resultados, a TC ainda é encarada como um exame de pouca
confiabilidade no diagnóstico do trauma intestinal.14
A TC no
Abdômen Agudo Não-Traumático
No abdômen agudo não-traumático, ao contrário do
trauma abdominal, quase sempre é possível a obtenção de história clínica
pormenorizada e a repetição do exame físico a pequenos intervalos de tempo. Assim
sendo, a propedêutica clínica é fundamental nesses casos e o diagnóstico, na maioria
das vezes, independe de exames complementares sofisticados. Existem, entretanto, os casos
em que a obtenção da história clínica é difícil, como, por exemplo, no abdômen
agudo da criança. Nessas circunstâncias, a TC pode oferecer contribuição
significativa. Casos ocorrem em que o diagnóstico clínico já foi estabelecido, mas a TC
pode auxiliar na detecção precoce de complicações, como no desenvolvimento de necrose
pancreática no transcurso da pancreatite aguda. Por isso, a TC vem sendo usada mais
corriqueiramente no abdômen agudo não-traumático.
A apendicite aguda é a causa mais comum de abdômen agudo
inflamatório. O diagnóstico é comumente estabelecido com base no exame clínico.
Os sinais de apendicite aguda incluem espessamento da
parede apendicular, edema do mesentério e a presença de "massa" nas
vizinhanças do ceco. As complicações da apendicite, como flegmão e abscesso, podem ser
facilmente identificadas pela TC (Figs. 9-10
e 9-11).
Afecções que podem simular apendicite aguda, como
abscessos pararrenais e do músculo psoas, também podem ser demonstradas pela TC (Figs. 9-12, 9-13 e 9-14).
A ultra-sonografia abdominal é o exame complementar de
escolha para o diagnóstico da colecistite aguda. A TC pode, entretanto, demonstrar o
espessamento da parede da vesícula biliar e o aumento do tamanho do órgão (maior que 5
cm), que geralmente acompanham a colecistite aguda (Fig. 9-15). A TC presta-se à detecção de
cálculos biliares.
Na colangite enfisematosa secundária à infecção por
germes produtores de gás, a TC pode demonstrar a presença de ar e a dilatação das vias
biliares (Fig. 9-16).
A TC é o exame de eleição para o diagnóstico e
acompanhamento da evolução da pancreatite aguda.
Nesse sentido a TC é muito superior à ultra-sonografia
abdominal. O íleo adinâmico que usualmente acompanha a pancreatite aguda dificulta a
obtenção de imagens confiáveis pela ultra-sonografia.
A TC pode discriminar a presença ou não de necrose do
parênquima pancreático, denunciando a ocorrência dessa complicação quase sempre fatal
(Figs. 9-17, 9-18, 9-19, 9-20 e 9-21). A TC pode ainda detectar o aparecimento
de outras complicações, como o pseudocisto (ver Fig. 9-22).
O diagnóstico do abdômen agudo pós-operatório é
dificultado pela imprecisão da dor, pela existência de cicatriz cirúrgica recente que
altera o exame físico e pela ocorrência de íleo que pode ser confundido com íleo
funcional. A TC pode ser valoroso auxiliar na detecção de corpos estranhos (ver Fig. 9-23).
Abscessos intracavitários ou contidos no interior de
vísceras sólidas do abdômen podem ser identificados e localizados com precisão pela
TC. A localização precisa possibilita a drenagem percutânea dessas coleções (ver Figs. 9-24, 9-25, 9-26 e 9-27).
Em muitos serviços, a TC é o exame de escolha para os
pacientes com suspeita clínica de diverticulite.25 Ela enseja a possibilidade
de diagnóstico de inflamação da parede colônica, de inflamação dos tecidos vizinhos
e de formação de abscesso adjacente ou localizado a distância.
A isquemia mesentérica continua a representar um desafio
diagnóstico. Apesar do notável avanço da Medicina observado nos últimos decênios, a
mortalidade continua elevada (70 a 90%).22 A arteriografia seletiva desempenha
papel relevante no diagnóstico da isquemia por oclusão arterial ou venosa. Existem,
contudo, os casos de isquemia não-oclusiva, que não são detectados pela angiografia.3
Os achados tomográficos na isquemia mesentérica são: presença de gás nas veias porta
e mesentérica, dilatação focal do intestino e espessamento da parede entérica maior
que 3 mm. A sensibilidade da TC no diagnóstico do infarto mesentérico é de 85%.8
A TC pode auxiliar no diagnóstico de diversas afecções
intra-abdominais que provocam dor abdominal aguda, tais como: aneurismas da aorta
abdominal, cistos hepáticos e pionefroses (ver Figs.
9-28, 9-29, 9-30 e 9-31).
Conclusões
1. No trauma abdominal, a TC está indicada nos casos de
contusão. em pacientes hemodinamicamente estáveis.
2. O emprego da TC permite a quantificação do
hemoperitônio e a avaliação da extensão do dano visceral, possibilitando a adoção de
conduta não-operatória.
3. A TC pode detectar lesões não-demonstráveis pelo
lavado peritoneal diagnóstico, como os traumas isolados do pâncreas e do duodeno
retroperitoneal.
4. A TC, no hematoma retroperitoneal associado a fraturas
da pelve, permite a avaliação dos sangramentos intra e retroperitoneal.
5. No abdômen agudo não-traumático, a TC é útil no
diagnóstico e estadiamento de várias afecções intra-abdominais.
Referências
Bibliográficas
1. Advanced Trauma Life Support Program. Instructor
manual. American College of Surgeons, Chicago. 1989. pp. 111-30.
2. ANDRADE, J.I.; STRACIERI. L.D.S. & MORAIS, E.N.
Lavado peritoneal diagnóstico ou punção simples? In. PAULA CASTRO, L.; SAVASSI
ROCHA, P.R. & CARVALHO, D.G. Tópicos em Gastroenterologia 3, MEDSI, Rio de
Janeiro, 1992. pp. 419-30.
3. CLARK, R.A. & GALLANT, T.E. Acute mesenteric
ischemia: angiographic spectrum. AJR, 142:555-62, 1984.
4. DAVIS, J.J.; COHN, I. & NANCE. F.C. Diagnostic and
management of blunt abdominal trauma. Ann. Surg 183:672-8, 1976.
5. de VRIES, EEFTINCK SCHATTENKERK. M.; EGGINS, W.F. et
al. Treatment of pancreatic injuries. Neth. J. Surg., 36:13-6, 1984.
6. DONOHUE, J.H.; FEDERLE, M.P.; GRIFFITS, B.G. &
TRUNKEY, D.D. Computed tomography in the diagnosis of blunt intestinal mesenteric
injuries. J. Trauma, 27:11-7, 1987.
7. EVERS, B.M.; CRYER, H.M. & MILLER. F.B. Pelvic
fracture hemorrhage. Priorities in management. Arch. Surg., 124:422-4, 1989.
8. FEDERLE, M.P.; CHUN, G., JEFFREY. R.B. et al.
Computed tomographic findings in bowel infarction. JR, 142:91-5, 1984.
9. FELICIANO, D.V. Diagnostic modalities in abdominal
trauma. Peritoneal lavage. ultrassonography, computed tomography scanning, and
arteriography. Surg. Clin. North Am., 71:241-56, 1991.
10. FLINT, L.; BUBIKIAN, B.; ANDERS, M.; RODRIGUEZ, J.
& STEINBERG, S. Definitive control of mortality from severe pelvic fracture. Ann.
Surg., 21 1:703-6, 1990.
11. GLAZER, G.M.; BUY, J.N.; MOSS, A.A.; GOLDBERG, H.I.
& FEDERLE, M.P. CT detection of duodenal perforation. AJR, 137:333-6, 1981.
12. JEFFREY Jr., R.B.; FEDERLE, M.P. &CRASS, R.A.
Computed tomography of pancreatic trauma. Radiology, 147:491-4, 1983.
13. JONES, B.; FISHMAN, E.K. & SIEGELMAN, S.S.
Computed tomography and appendiceal abscess: special applicability in the elerly. J.
Comp. Assist. Tomogr., 7:434-8,1983.
14. KEARNEY Jr., P.A.; VAHET, T.; BURNEY, R.E. &
GLAZER, G. Computed tomography and diagnostic peritoneal lavage in blunt abdominal trauma.
Their combined role. Arch. Surg., 124:344-7, 1989.
15. LEVISON, M.A.; PETERSON, S.R.; SHELTON, G. F. &
TRUNKEY, D.D. Duodenal trauma: experience of a trauma center. J. Trauma.,
24:475-80, 1984.
16. MANGANARO, A.J.; PACHTER, H. L. & SPENCER, F.C.
Experience with routine open abdominal paracentesis. Surg. Gynecol. Obstet.,
146:795-6, 1978.
17. MEE, S.L.: McANINCH. JW. & FEDERLE. M P
Computerized tomography in bladder rupture: diagnostic limitations. J. Urol.,
137:2207-9, 1987.
18. MEREDITH, JW. & TRUNKEY. D. D. CT scanning in
acute abdominal injuries. Surg. Clin. North Am.,68, 1988.
19. MEYER, D.M.; THAL, E.R.; WEIGELT, J.A. & REDMAN,
H.C. Evaluation of computed tomography and diagnostic peritoneal lavage in blunt abdominal
trauma. J. Trauma., 29:1.168-72, 1989.
20. MORENO, C.; MOORE, E.E.; ROSENBERGER. A. &
CLEVELAND, H.C. Hemorrhage associated with major pelvic fracture: a multispecialty
challenge. J. Trauma., 26:987-94, 1986.
21. OLSEN, W.R. & HILDRETE. D.H. Abdominal
paracentesis and diagnostic peritoneal lavage in blunt abdominal trauma. J. Trauma.,
11:8224-9.1971.
22. OTTINGER, LW. Mesenteric ischemia. New Engl. .J.
Med., 307:535-7, 1982.
23. PHILLIPS, T.; SCLAFANI, S.J.A.: GOLDSTEIN. A.: SCALEA,
T.; PANETTA, T. & SHAFTAN, G. Use of the contrast-enhanced CT enema in the management
of penetrating trauma to the flank and back. J. Trauma., 16:593-601, 1986.
24. POWELL, D.C. & BIVINS, B.A. Diagnostic peritoneal
lavage. Surg. Gynecol. Obstet., 155:257-64, 19822.
25. SHAFF, M.I.; TARR, RW.; PARTAIN, C.L. & JAMES Jr.,
E. Computed tomography and magnetic resonance imaging of the acute abdomen. Surg. Clin.
North Am., 68:233-54, 1988.
26. SODERSTROM, C.A.; Du PRIEST Jr., R.W. & COOLEY,
R.A. Pitfalls of peritoneal lavage in blunt abdominal trauma. Surg. Gynecol. Obstet.,
151:513-8, 1981.