Alcino Lázaro da Silva No adulto, o que se encontra, em número
maior, apesar de raros, são a membrana pré-pilórica e o diafragma mucoso antral. A
hipertrofia pilórica é a exceção, 1,3,5 admitindo-se uma predisposição
genética em determinadas famílias 11,12 (Fig. II-10-1). A hérnia hiatal pode estar associada2
e a gastrite ou a úlcera cloridropé rica aparecem como complicações da estase
gástrica.6,7 O RX mostra estase e dilatação
gástricas, peristaltismo de luta e a região pilórica fina ou obstruída. Em geral há
uma demonstração radiológica de estreita fuga de contraste para o duodeno. Na
hipertrofia pilórica a imagem é definida e típica. Há uma forma em H, onde se
identificam: um filete de contraste tipo cordão, uma imagem distal em forma de cogumelo
(guarda-chuva) e uma imagem proximal (gástrica) onde se notam de cima para baixo as
formas de um mamilo, uma elevação (ombro) e um bico coincidindo com o início da imagem
de cordão.8 Encontram-se no adulto alterações mucosas e úlcera gástrica(Fig. II-10-2). O quadro clínico, no adulto, é o de uma
estenose pilórica e por isso deve ser rigorosamente diferenciado do da úlcera e do
câncer 9,10 (Figs. II-10-3
e II-10-4). Deve-se lembrar, sem possibilidade maior
de confusão diagnóstica, da estenose de corpo de estômago, secundária à retração
inflamatória. Essa pode decorrer de úlceras gástricas de curvatura menor, que se
cicatrizam com retração às vezes intensa do corpo gástrico; de processos
inflamatórios supurados (gastrites complicadas); ou após radioterapia supra-umbilical.
Determinam uma estenose de terço médio gástrico gerando o chamado estômago em
ampulheta. O tratamento é cirúrgico, após melhora
das condições gerais e metabólicas, e pode variar entre piloromiotomia extramucosa
(Fredet-Ramstedt) ampla e uma gastrectomia com vagotomia na úlcera gástrica associada.
Não havendo lesão gástrica associada, distúrbios de cloridria, ou outras
complicações, pode-se optar pela ressecção da área estenosada e anastomose
gastroduodenal oralis totalis ou no nível da curvatura menor. Outras medidas
intermediárias e menos seguras podem ser adotadas com, por exemplo, divulsão digital do
piloro, ruptura da membrana mucosa, piloroplastia a Heineke-Mickulicz, pilorectomia
anterior do tipo Judd, gastroduodenostomia lateral do tipo Finney e gastrojejunostomia.4
Referências
Bibliográficas
Após a amamentação, a estenose
(atresia) do esôfago mostra um vômito de leite não-coalhado: a do estômago devolve um
conteúdo de leite coalhado (membrana congênita antral ou estenose hipertrófica do
piloro) e na estenose baixa do duodeno há leite coalhado corado por bile. Nesta última,
ao contrário das anteriores, o mecônio não apresenta bile. As lesões gástricas
(membranas pilórica, e pré-pilórica e a hipertrofia pilórica congênita) podem
persistir e não criar situações graves para os lactentes se não diagnosticadas,
prolongam-se até a idade adulta, com sintomatologia frustra.
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