POPULATION REPORTS

Espaçamento dos Nascimentos


 

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Capítulos

Estudo das novas evidências

Intervalos reais ou preferidos entre os filhos

O uso da contracepção para espaçar os nascimentos

Quem tem os intervalos mais curtos?

Como os programas podem ajudar os casais a espaçar os filhos

Bibliografia

Quadros e Tabelas

 

Publicado pelo INFO Project, Center for Communication Programs, The Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, 111 Market Place, Suite 310, Baltimore, Maryland 21202, EUA.

Volume XXX,
Número
3
Verão de 2002
Série L, Número 13

Espaçamento dos Nascimentos

O espaçamento de 3 a 5 anos ajuda a salvar vidas

Os casais que esperam de 3 a 5 anos entre um nascimento e outro aumentam as chances de sobrevivência de seus filhos e as mães também têm mais chances de sobreviver, é o que mostram as novas pesquisas. Muitas mulheres gostariam de espaçar mais os nascimentos do que fazem no momento. Os programas podem contribuir e ajudar as mulheres a adotar os intervalos que realmente desejam entre seus filhos.

Ao longo do tempo, as pesquisas demonstram seguidamente que quando as mães dão um espaço de pelo menos 2 anos entre um parto e outro, seus filhos têm mais chances de sobreviverem e serem saudáveis. Antes, muitos programas recomendavam intervalos de 2 anos, mensagem esta que se tornou muito conhecida e, por isso, a maioria das mulheres que respondem às pesquisas dizem que um intervalo de 2 anos é a melhor opção.

Agora, novos estudos demonstram que os intervalos maiores são ainda melhores para garantir a sobrevivência e a saúde não só das crianças como das mães. As crianças que nascem de 3 a 5 anos após o parto anterior de uma mãe têm cerca de 2,5 vezes mais chance de sobreviverem do que as nascidas menos de 2 anos após.

Novas evidências

Um estudo de 2002 feito pelos pesquisadores do programa de Pesquisas Demográficas e de Saúde (DHS) constatou que as crianças nascidas 3 anos ou mais após um nascimento anterior são mais saudáveis ao nascer e têm mais chances de sobreviverem em todos os estágios posteriores da infância até a idade de 5 anos. O estudo usa dados do programa DHS obtidos em 18 países de 4 regiões e avalia os resultados de mais de 430.000 gravidezes.

As principais constatações foram: comparadas com crianças nascidas menos de 2 anos após um parto anterior, as crianças nascidas 3 a 4 anos após têm:

• 1,5 vezes mais chances de sobreviver na primeira semana de vida;
• 2,2 vezes mais chances de sobreviver nos primeiros 28 dias de vida;
• 2,3 vezes mais chances de sobreviver no primeiro ano de vida; e
• 2,4 vezes mais chances de sobreviver até os 5 anos de idade.

As mães também se beneficiam

Um estudo do ano 2000 feito pelo Centro Latino-americano de Perinatologia e Desenvolvimento Humano reforça as constatações do estudo DHS sobre as crianças ao usar dados de mais de 450.000 mulheres. E também contribui à melhor evidência até agora de que o maior espaçamento dos nascimentos contribui também à melhor saúde das mães. Constatou-se que, comparadas às mulheres que dão à luz em intervalos de 9 a 14 meses, as mulheres que têm partos a intervalos de 27 a 32 meses têm:

• 1,3 vezes mais chances de evitar anemia;
• 1,7 vezes mais chances de evitar hemorragia no terceiro trimestre; e
• 2,5 vezes mais chances de sobreviver a um parto.

São ainda pouco entendidos os mecanismos biológicos e comportamentais que tornam mais arriscados, tanto para crianças como para as mães, os intervalos mais curtos entre os nascimentos, mas os pesquisadores sugerem fatores tais como a síndrome da depleção materna, os partos prematuros, a diminuição da produção do leite e a rivalidade entre crianças irmãs. Por exemplo, os estudos sugerem que intervalos mais curtos entre os nascimentos podem não dar às mães tempo suficiente para restaurar suas reservas nutritivas de forma a permitir a nutrição e o desenvolvimento adequado dos fetos. O atraso no crescimento fetal e o parto prematuro podem resultar em baixo peso do recém-nascido e maior risco de morte.

O que os programas podem fazer

Em praticamente todos os locais, os intervalos que as mulheres realmente adotam entre dois partos são mais curtos do que elas gostariam de adotar. Se as mulheres pudessem ter os intervalos desejados, a mortalidade infantil diminuiria. Por exemplo, no Quênia, a mortalidade antes dos 5 anos cairia 17%. Na maioria dos países continua a haver uma demanda não satisfeita pelo espaçamento dos partos ou filhos. Na verdade, 50% da demanda total potencial por contracepção tem como objetivo o espaçamento. O atendimento da demanda não satisfeita por espaçamento ajudaria milhões de mulheres a atingir suas metas de planejamento familiar.

Já existem campanhas de comunicação em vários países com mensagens de que o espaçamento de 3 anos é recomendável. As mensagens podem enfatizar que esperar 3 anos entre nascimentos realmente melhora as chances de sobrevivência da criança e que esperar mais de 3 anos é ainda melhor. Muitos já sugeriram transmitir a mensagem de que a mulher deve usar contracepção até que seu filho mais jovem tenha de 2 a 4 anos de idade. Poderá ser ainda mais eficaz enfatizar benefícios sociais tais como uma melhor economia caseira e mais tempo para o casal do que enfatizar os benefícios para a saúde. Os serviços poderiam se concentrar mais nas mulheres que desejam adiar uma nova gravidez. Eles podem tentar garantir que as mulheres que desejam espaçar os filhos continuem a contar com o atendimento, com uma ampla gama de métodos e com uma fonte contínua de fornecimento. Os serviços de planejamento familiar e materno e de atendimento de saúde infantil podem trabalhar juntos para ajudar as mulheres a atingirem os intervalos que realmente desejam ter entre seus filhos.

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