02 - Homocisteína: um fator de risco para aterosclerose?

Maria Letícia Moura dos Anjos. Hospital SOCOR. . Introdução. . Embora muitos conhecimentos sobre a aterosclerose e seus fatores de risco tenham sido acumulados no século XX, a doença cardiovascular, em especial, a doença arterial coronariana, continua sendo a maior causa de morbidade e mortalidade nos países ocidentais. Indubitavelmente, persistem muitas falhas na compreensão da patogênese da doença coronária, e cerca de metade dos pacientes com essa afecção não apresenta qualquer um dos fatores de risco estabelecidos (hipertensão, hipercolesterolemia, tabagismo, diabetes melitus, obesidade e sedentarismo)1.. . A identificação de outros marcadores que aumentam o risco de coronariopatia tem emergido dos estudos populacionais, genéticos e de laboratórios de ciência básica, e nesse contexto, a homocisteína surge como um provável e potente fator de risco aterogênico. . . Em 1969, McCullly fez a observação clínica ligando a concentração plasmática elevada de homocisteína com doença vascular2. Ele registrou aterosclerose e trombose arterial extensas, em duas crianças com concentrações elevadas de homocisteína devido a erros inatos do metabolismo da metionina, e propôs que altas concentrações plasmáticas da homocisteína pudessem levar à doença vascular. Atualmente são inúmeros os estudos clínicos e epidemiológicos que mostram relações entre níveis plasmáticos ...

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