Population Reports - Série A - Nº10 - Anticoncepcionais Orais (AOs) - 01 - Editorial: Como ajudar as mulheres a tomar a pílula

Equipe Editorial Bibliomed

No mundo inteiro, mais de 100 milhões de mulheres dependem dos anticoncepcionais combinados orais (ACOs), beneficiando-se da eficácia, segurança e conveniência da pílula. No entanto, muitas mulheres não obtêm ainda os melhores resultados possíveis com a pílula. Existem programas que podem ajudar as mulheres a utilizar os ACOs de forma ainda mais eficaz.

Se for tomada de forma correta, a pílula é um anticoncepcional extremamente eficaz. Mas, entre os métodos de planejamento familiar, os anticoncepcionais orais têm características muito especiais. Para serem totalmente eficazes, eles exigem providências diárias das usuárias. Devido, em parte, às dificuldades que certas mulheres têm para tomar a pílula da forma recomendada, as taxas de gravidez acabam sendo geralmente muito mais altas do que se a pílula fosse usada corretamente.

No caso dos anticoncepcionais combinados orais, a taxa de gravidez em condições de uso perfeito está estimada em somente 0,1 caso para cada 100 mulheres durante os primeiros 12 meses de uso. Em condições de uso efetivo, as taxas de gravidez variam de 1,7 a 10,5 gravidezes por cada 100 mulheres, durante os primeiros 12 meses, segundo dados de 21 países levantados.

O uso mais adequado da pílula faria muita diferença. Por exemplo, considerados os níveis mundiais de uso da pílula observados em 2000, mais de 2 milhões de mulheres engravidam anualmente sem desejá-lo, simplesmente porque não tomaram a pílula de forma correta. Além disso, a saúde das mulheres melhoraria e os custos médicos seriam reduzidos , já que as complicações da gravidez, do parto e de abortos feitos em condições não seguras estão entre as principais causas das deficiências de saúde e mortes de mulheres em países em desenvolvimento.

Para estimular um uso mais eficaz do anticoncepcional oral, é preciso entender os problemas associados ao uso da pílula. As usuárias de ACOs cometem muitos erros, entre eles, esquecer-se de tomar a pílula, decidir por conta própria "descansar" por algum tempo do uso da pílula, começar a nova cartela de pílulas atrasada e tomar pílulas fora de ordem. Existem pesquisas que demonstram que a maioria das gravidezes que ocorrem enquanto a mulher ainda está tomando a pílula resultam do aumento do número de dias sem tomar o ACO entre uma cartela e outra. Às vezes, estes erros acontecem porque as mulheres não estão informadas sobre como usar a pílula ou porque são orientadas de forma incorreta. Algumas usuárias não entendem as instruções, ou não se lembram das mesmas.

Algumas mulheres que engravidam enquanto ainda tomam a pílula relatam a ocorrência de vômitos, diarréia e/ou uso de antibióticos em torno da época da concepção. Mas não está claro o papel que estes eventos têm no fracasso da pílula nesses casos.

O que pode ser feito?

Quanto melhor as mulheres conhecerem a pílula, melhor poderão utilizá-la de forma eficaz e dar continuidade ao seu uso. As mulheres têm que saber exatamente como funciona a pílula e como tomá-la da forma mais adequada, o que fazer se esquecerem de tomar a pílula em algum momento, como lidar com os efeitos colaterais comuns, e que sintomas indicam a necessidade de procurar um médico ou enfermeira.

Uso dos meios de comunicação. O rádio, a televisão e outros meios de comunicação de massa podem informar usuárias possíveis e atuais e seus parceiros sobre a pílula e outros métodos. Os meios de comunicação de massa geralmente estimulam as pessoas a pensar no planejamento familiar e no uso de anticoncepcionais. Além disso, eles servem para lembrar às usuárias atuais o uso mais eficaz da pílula e podem ajudar a combater a disseminação de boatos sobre a pílula.

Orientação. Quando existe a oportunidade de um contato pessoal entre a cliente e o serviço de saúde, o uso do ACO melhora sensivelmente. As mulheres que recebem uma boa orientação têm maior probabilidade de continuar a usar a pílula e de usá-la de forma eficaz. Em particular, as mulheres devem estar informadas sobre os efeitos colaterais mais comuns antes de começar a tomar a pílula. O processo de orientação é particularmente útil quando a mulher experimenta efeitos colaterais nos primeiros meses de uso. Os serviços e profissionais de saúde podem aconselhar melhor quando são capacitados e quando são hábeis para usar tanto o conhecimento do planejamento familiar como os recursos da comunicação.

Novas diretrizes, novas atitudes. Os programas de planejamento familiar ajudam as clientes a usar os ACOs de uma forma muito mais eficaz quando eles atualizam suas diretrizes e procedimentos para refletir as mais recentes descobertas científicas sobre os anticoncepcionais orais. Às vezes, existem barreiras legais, médicas e outras que impedem o uso da pílula. Estas barreiras incluem restrições sem sentido à eligibilidade da mulher para usar a pílula, procedimentos desnecessários de triagem, bem como preconceitos jurídicos, programáticos e dos próprios profissionais e serviços de saúde contra certos métodos de planejamento familiar ou contra certos grupos de clientes. Ao adotar diretrizes, procedimentos e atitudes que atendam, antes de mais nada, às necessidades e desejos das clientes, os programas de planejamento familiar podem ajudar as usuárias da pílula a obter maior satisfação e vantagem com o método anticoncepcional de sua escolha.

Melhoria do acesso. Quando se criam condições mais fáceis para obter os ACOs, ajudam-se as mulheres a usá-los mais corretamente e sem interrupção. É muito importante poder garantir um fornecimento contínuo, conveniente e a preço razoável das pílulas. Sem boas condições de acesso, as mulheres poderão interromper o uso, tomar a pílula de forma descontínua ou decidir adotar outros métodos anticoncepcionais menos eficazes. Entre os fatores que podem facilitar às mulheres o uso da pílula estão a existência de clínicas convenientes, distribuição comunitária, comercialização social, convênios com outros serviços de saúde e uma boa cadeia de fornecimento.

Population Reports is published by the Population Information Program, Center for Communication Programs, The Johns Hopkins School of Public Health, 111 Market Place, Suite 310, Baltimore, Maryland 21202-4012, USA

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