Sangue Artificial: Onde Estamos?

Alessandro Loiola. . Introdução. . Calcula-se que a necessidade de sangue no Mundo chegue a 100 milhões de unidades anuais. O déficit de doadores é um problema na maioria dos serviços de atendimento de emergência. Sem dúvida alguma, necessita-se urgentemente de um substituto artificial para o sangue, particularmente um que possa ser armazenado à temperatura ambiente por longos períodos. Além dos motivos humanitários, existem grandes interesses comerciais envolvidos: estima-se que o mercado para um produto como este esteja em torno 2-5 bilhões de dólares. . . O conceito de sangue artificial parece simples, mas não é. Quando William Harvey descreveu a circulação pela primeira vez, em 1616, os cientistas começaram a imaginar se o sangue poderia ser removido e substituído por outros líquidos, como vinho e leite, por exemplo. Não é preciso dizer que estas suposições resultaram em experiências desastrosas. Em 1868, quando da descoberta da hemoglobina, acreditou-se finalmente ter sido descoberto um caminho para um substituto confiável do sangue, mas a hemoglobina isolada de seu invólucro celular mostrou-se inútil e perigosa, principalmente devido à nefrotoxicidade. . . Os esforços para o desenvolvimento do sangue artificial foram retomados durante as Grandes Guerras Mundiais (I e II) e, mais recentemente, na década de 1980, impulsionados pela descoberta ...

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