Sororreversão do HIV-1 em crianças infectadas pelo HIV-1: existe um papel dos determinantes genéticos?
Asang, Corinna; Laws, Hans-J.; Adams, Ortwin; Enczmann, Jürgen; Feiterna-Sperling, Cornelia; Notheis, Gundula; Buchholz, Bernd; Borkhardt, Arndt; Neubert, Jennifer
Background:
A sororreversão HIV-1 em crianças com transmissão vertical da infecção pelo HIV-1 , que iniciaram a terapia antirretroviral padrão (ART) nos primeiros meses de vida tem sido relatada em apenas um subconjunto de pacientes. No entanto, a razão pela qual a maioria das crianças permanecem soropositivas, apesar de resposta semelhante ao tratamento, não é compreendida. Neste estudo, os autores avaliaram se a sororreversão em crianças infectadas por via materna pelo HIV-1 está associada a determinantes genéticos .
Métodos:
Crianças infectadas pelo HIV-1 com uma história de sororreversão HIV-1 documentada foram identificados em toda a Alemanha através de um questionário padronizado. Ao serem inseridas no estudo, a reconstituição imune e a expressão de anticorpos anti-HIV-1 foram monitoradas, assim como os parâmetros clínicos. Em busca de determinantes genéticos, a genotipagem de HLA de alta resolução foi realizada. Além disso, a sequência de codificação do receptor de quimiocina CCR5 foi analisada por sequenciação de Sanger sobre mutações potenciais.
Resultados:
Os pacientes apresentaram números normais e frequências de subpopulações de linfócitos . Cinco dos oito pacientes ainda apresentavam níveis de anticorpos HIV-1 soronegativos no início do estudo. A genotipagem HLA revelou o enriquecimento dos alelos HLA-DQB1∗03 e DQB1∗06 na coorte de pacientes. Somente um paciente apresentava uma deleção 32 bp no gene CCR5.
Conclusão :
Os resultados indicam que o fenótipo do HIV - 1 em lactentes com sororreversão pode correlacionar-se com a presença de alelos HLA de classe II HLA-DQB1∗03 e DQB1∗06. Esta descoberta apoia a ideia de predisposição genética determinando a sororreversão HIV-1 em crianças infectadas verticalmente, tratadas de maneira efetiva com a terapia antirretroviral padrão (ART).
Fonte: AIDS: 20 February 2014 - Volume 28 - Issue 4 - p 543-547. doi: 10.1097/QAD.0000000000000065
Texto Original em inglês
HIV-1 seroreversion in HIV-1-infected children: do genetic determinants play a role?
Abstract
Background:
HIV-1 seroreversion in infants with vertically transmitted HIV-1 infection who started ART in the first months of life has been reported in only a subset of patients. However, the reason why most infants remain seropositive despite similar treatment response is not understood. Here, we assessed whether HIV-1 seroreversion in maternally infected infants is associated with genetic determinants.
Methods:
HIV-1-infected infants with a history of documented HIV-1 seroreversion were identified throughout Germany using a standardized questionnaire. At study entry immune reconstitution and anti-HIV-1 antibody expression were monitored as clinical parameters. To search for genetic determinants high-resolution HLA genotyping was performed. In addition, the coding sequence of the chemokine receptor CCR5 was analyzed by Sanger sequencing regarding potential mutations.
Results:
Patients showed normal numbers and frequencies of lymphocyte subpopulations. Five out of eight patients still had seronegative HIV-1 antibody status at study entry. HLA genotyping revealed the enrichment of HLA-DQB1∗03 and DQB1∗06 alleles within the patient cohort. Only one patient was found to carry a 32 bp-deletion within the CCR5 gene.
Conclusion:
Our results indicate that the phenotype of HIV-1 seroreversion in infants might correlate with the presence of HLA class II alleles DQB1∗03 and DQB1∗06. This finding supports the idea of genetic predisposition determining HIV-1 seroreversion in vertically infected infants effectively treated with ART.
Fonte: AIDS: 20 February 2014 - Volume 28 - Issue 4 - p 543-547. doi: 10.1097/QAD.0000000000000065
Área: Infectologia
Palavras Chave: infectologia, AIDS, SIDA, HIV, sororreversão HIV-1, alelos HLA de classe II HLA-DQB1∗03 e DQB1∗06, lactentes, transmissão vertical.