Onde é que o otimismo do tratamento se encaixa? Examinando fatores associados com o uso consistente de preservativos entre pessoas que recebem tratamento antirretroviral no Rio de Janeiro, Brasil.
Hanif H, Bastos FI, Malta M, Bertoni N, Winch PJ, Kerrigan D.
Na era dos antirretrovirais altamente ativos , as pessoas que vivem com o HIV (PVH) retomaram a atividade sexual no contexto das vidas mais longas e mais saudáveis e, portanto, as chances de transmissão do vírus HIV, bem como o potencial para serem reinfectadas também aumenta. Verifica-se que o otimismo do tratamento do HIV está associado com comportamentos sexuais de risco entre PVHS em diferentes contextos.
Um estudo transversal foi realizado para examinar a relação entre otimismo do tratamento, o fato de deixar de realizar sexo seguro por burnout e uso consistente do preservativo, bem como as variáveis associadas com otimismo do tratamento em uma amostra de PVHS em uso de antirretrovirais (ARVs) no Rio de Janeiro, Brasil (n = 604) .
Setenta e dois por cento dos participantes sempre fez uso dos preservativos nos últimos 6 meses. Os homossexuais, bissexuais, transexuais eram menos propensos a usar preservativos de forma consistente do que os heterossexuais (AOR 0,58 CI 0,42-,78 ). Aqueles que estavam otimistas com o tratamento (AOR 0,46 IC 0,25-0,88 ) foram mais propensos a não usar o preservativo de forma consistente nos últimos 6 meses, assim como os participantes que relataram terem deixado de realizar o sexo seguro por burnout (AOR 0,58 IC 0,36-0,90 ). A orientação sexual , deixar de realizar o sexo seguro, e os níveis de educação mais baixos foram significativamente associados com maior otimismo em relação ao tratamento na análise multivariada.
Os resultados do estudo destacam a necessidade de abordar os fatores psicossociais , tais como o otimismo com tratamento e deixar de realizar o sexo seguro por burnout, associados com menor uso consistente do preservativo entre pessoas soropositivas no Rio de Janeiro, Brasil.
Fonte: AIDS Behav. 2014 Feb 17. [Epub ahead of print]
Texto Original em inglês
Where Does Treatment Optimism Fit in? Examining Factors Associated with Consistent Condom Use Among People Receiving Antiretroviral Treatment in Rio de Janeiro, Brazil.
Abstract
In the era of highly active antiretrovirals, people living with HIV (PLWH) have resumed sexual activity in the context of longer and healthier lives, and thus the chances of transmitting the HIV virus, as well as the potential to be re-infected also increase. HIV treatment optimism has been found to be associated with sexual risk behaviors among PLWH in different settings. A cross sectional survey was conducted to examine the relationship between treatment optimism, safer sex burnout and consistent condom use as well as variables associated with treatment optimism in a sample of PLWH on antiretrovirals (ARVs) in Rio de Janeiro, Brazil (n = 604). Seventy-two percent of participants always used a condom in the last 6 months. Homosexual, bisexual, transexual persons were less likely to use condoms consistently than heterosexuals (AOR .58 CI .42-.78). Those who were treatment optimistic (AOR .46 CI .25-.88) were more likely not use a condom consistently in the past 6 months, as were participants who reported safer sex burnout (AOR .58 CI .36-.90). Sexual orientation, safer sex burnout, and lower education levels were significantly associated with higher treatment optimism in multivariate analysis. Study findings highlight the need to address psychosocial factors such as treatment optimism and safer sex burnout associated with lower consistent condom use among PLWH in Rio de Janeiro, Brazil.
Fonte: AIDS Behav. 2014 Feb 17. [Epub ahead of print]
Área: Infectologia
Palavras Chave: Infectologia, AIDS, SIDA, HIV, Burnout, preservativo, sexo seguro, otimismo, ART, antirretrovirais