Epidemiologia do HIV entre mulheres profissionais do sexo (MPSs), seus clientes, homens que fazem sexo com homens (HSHs) e pessoas que usam drogas injetáveis (UDIs), na África Central e no Oeste da África

Papworth E, Ceesay N, An L, Thiam-Niangoin M, Ky-Zerbo O, Holland C, Dramé FM, Grosso A, Diouf D, Baral SD

Introdução: A região do oeste e centro da África (WCA) é a mais populosa da África sub-Saariana, com uma população estimada de 356 milhões de pessoas vivendo em 24 países. A epidemia de HIV na WCA parece ter uma dinâmica diferente em comparação ao restante da África sub-Saariana, estando mais concentrada entre populações-chave, como MPSs, HSHs, UDIs e os clientes das MPSs. Para explorar a epidemiologia do HIV na região, uma revisão sistemática da literatura entre essas populações-chave na WCA foi conduzida, abrangendo o período desde o início da epidemia do HIV.

Métodos: Nós pesquisamos os bancos de dados PubMed, CINAHL e outros por artigos indexados e que avaliaram MPSs, HSHs e UDIs em 24 países, sem restrição de data. Critérios de inclusão foram sensíveis e tiveram como foco a inclusão de quaisquer dados de prevalência do HIV nas populações-chave. A prevalência do HIV foi agrupada e, em cada país, temas-chave foram extraídos da literatura.

Resultados: A busca resoltou em 885 títulos, 214 resumos e 122 artigos completos, dos quais 76 preencheram os critérios de inclusão fornecendo dados de prevalência do HIV. Foram 60 artigos caracterizando o impacto da doença entre MPSs, oito em relação a seus clientes, seis para HSHs e um para UDIs. A prevalência global de HIV entre MPSs foi de 34,9% (n=14.388/41.270), entre seus clientes foi de 7,3% (n=435/5.986), entre HSHs foi de 17,7% (n=656/3.714) e entre UDIs a partir de um estudo nigeriano foi de 3,8% (435/1.459).

Conclusões: O impacto desproporcional do HIV entre MPSs parece ser consistente desde o início da epidemia de HIV na WCA. Enquanto existem menos dados para outras populações-chave, como clientes de MPSs e HSHs, a prevalência do HIV é maior entre esses homens, em comparação a outros homens da região. Houveram relatos esporádicos sobre UDIs, mas pesquisas limitadas sobre o impacto do HIV nesses homens e nessas mulheres. Esses dados afirmam que a epidemia de HIV na WCA parece ser bem mais concentrada em populações-chave do que o observado no sul e oeste da África. Programas de prevenção, tratamento e cuidado do HIV, baseados em evidências, deveriam ter como foco o engajamento de populações com maior impacto da doença, no continuum do cuidado do HIV.

Fonte: JIAS 2013; 16(Suppl 3):18751.


Texto Original em inglês

Epidemiology of HIV among female sex workers, their clients, men who have sex with men and people who inject drugs in West and Central Africa

Papworth E, Ceesay N, An L, Thiam-Niangoin M, Ky-Zerbo O, Holland C, Dramé FM, Grosso A, Diouf D, Baral SD

Introduction: The West and Central Africa (WCA) sub-region is the most populous region of sub-Saharan Africa (SSA), with an estimated population of 356 million living in 24 countries. The HIV epidemic in WCA appears to have distinct dynamics compared to the rest of SSA, being more concentrated among key populations such as female sex workers (FSWs), men who have sex with men (MSM), people who inject drugs (PWID) and clients of FSWs. To explore the epidemiology of HIV in the region, a systematic review of HIV literature among key populations in WCA was conducted since the onset of the HIV epidemic.

Methods: We searched the databases PubMed, CINAHL and others for peer-reviewed articles regarding FSWs, MSM and PWID in 24 countries with no date restriction. Inclusion criteria were sensitive and focused on inclusion of any HIV prevalence data among key populations. HIV prevalence was pooled, and in each country key themes were extracted from the literature.

Results: The search generated 885 titles, 214 abstracts and 122 full articles, of which 76 met inclusion and exclusion criteria providing HIV prevalence data. There were 60 articles characterizing the burden of disease among FSWs, eight for their clients, one for both, six for MSM and one for PWID. The pooled HIV prevalence among FSWs was 34.9% (n=14,388/41,270), among their clients was 7.3% (n=435/5986), among MSM was 17.7% (n=656/3714) and among PWID from one study in Nigeria was 3.8% (n=56/1459).

Conclusions: The disproportionate burden of HIV among FSWs appears to be consistent from the beginning of the HIV epidemic in WCA. While there are less data for other key populations such as clients of FSWs and MSM, the prevalence of HIV is higher among these men compared to other men in the region. There have been sporadic reports among PWID, but limited research on the burden of HIV among these men and women. These data affirm that the HIV epidemic in WCA appears to be far more concentrated among key populations than the epidemics in Southern and Eastern Africa. Evidence-based HIV prevention, treatment and care programmes in WCA should focus on engaging populations with the greatest burden of disease in the continuum of HIV care.

Fonte: JIAS 2013; 16(Suppl 3):18751.

TEMA: Infectologia
Palavras-Chave: Infectologia, AIDS, SIDA, HIV, profissionais do sexo, mulheres, drogas injetáveis, África

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