Aderência incompleta à terapia antirretroviral (TARV) está associada a maiores níveis de viremia residual no HIV-1

Li JZ, Gallien S, Ribaudo H, Heisey A, Bangsberg DR, Kuritzkes DR

Objetivos: Avaliar a relação entre a aderência incompleta à TARV e os níveis de viremia residual no HIV-1.

Delineamento: A aderência e a viremia residual inferior a 50 cópias/mL foram quantificadas em participantes de uma coorte de indivíduos sem teto e com moradia precária, portadores de HIV/SIDA.

Métodos: Participantes tiveram pelo menos seis meses de supressão virológica inferior a 50 cópias/mL e estavam na coorte de monitoração da aderência, com contagem mensal não-anunciada das pílulas. Viremia residual foi medida por ensaio de cópias únicas.

Resultados: A média de aderência à TARV ao longo dos primeiros 1 e 2 meses foi de 94% e 93%, respectivamente. A aderência média ao longo dos últimos 2 meses foi significativamente associada aos níveis de viremia residual (Spearman r = -0,25; p=0,04). Um terço dos pacientes com aderência de 100% à TARV nos últimos 2 meses apresentaram viremia residual detectável. Na análise de regressão multivariada, a aderência à TARV nos últimos 2 meses, mas não a duração da supressão virológica, contagem de células T CD4+ ou esquema de TARV, foi significativamente associada aos níveis de viremia residual. Viremia residual detectável foi associada a falência virológica (> 50 cópias/mL) na análise univariada de Cox (razão de risco de 2,08; p=0,02). No entanto, na análise multivariada, apenas a aderência à TARV foi associada ao risco de falência virológica.

Conclusão: Aderência incompleta à TARV está associada a níveis aumentados de viremia residual de HIV-1, mas a viremia residual detectável pode estar presente a despeito de aderência de 100%.

Fonte: AIDS 2014; 28(2):181-6.


Texto Original em inglês

Incomplete adherence to antiretroviral therapy is associated with higher levels of residual HIV-1 viremia

Li JZ, Gallien S, Ribaudo H, Heisey A, Bangsberg DR, Kuritzkes DR

Objectives:
To evaluate the relationship between incomplete antiretroviral therapy (ART) adherence and levels of residual HIV-1 viremia.

Design:
Medication adherence and residual viremia less than 50 copies/ml were quantified in participants of a cohort of homeless and marginally housed individuals with HIV/AIDS.

Methods:
Participants had at least 6 months of virologic suppression of less than 50 copies/ml and were in the adherence monitoring cohort with monthly unannounced pill counts. Residual viremia was measured by the single-copy assay.

Results:
The median average ART adherence over the prior 1 and 2 months were 94% [interquartile range (IQR) 79–100%] and 93% (IQR 82–98%), respectively. Average ART adherence over the past 2 months was significantly associated with levels of residual HIV viremia (Spearman r = –0.25, P  = 0.04). One-third of participants with 100% ART adherence over the past 2 months had detectable residual viremia. On multivariate regression analysis, ART adherence over the past 2 months, but not duration of virologic suppression, CD4+ T-cell count or ART regimen, was significantly associated with levels of residual HIV viremia. Detectable residual viremia was associated with virologic failure (>50 copies/ml) on univariate Cox proportional hazard analysis (hazard ratio 2.08, P = 0.02). However, on multivariate analysis, only ART adherence was associated with risk of virologic failure.

Conclusion:
Incomplete ART adherence is associated with higher levels of residual HIV-1 viremia, but detectable residual viremia can be present despite 100% measured ART adherence.

Fonte: AIDS 2014; 28(2):181-6.

TEMA: Infectologia
Palavras-Chave: Infectologia, AIDS, HIV, antirretrovirais, terapia antirretroviral, TARV, viremia

Assinantes


Esqueceu a senha?