Wilson Luiz Abrantes. Guilherme Durães Rabelo. . I. Introdução. . O desconhecimento da importância funcional do baço contribuiu para consolidar a esplenectomia, através dos séculos, como a terapêutica universal para as lesões traumáticas do órgão. Apesar disso, alguns cirurgiões, levados pelo instinto conservador, ensaiaram a conservação do baço (órgão cheio de mistério) no final do século passado e no início deste.4 Em 1911, Kocher13 sepultava qualquer tentativa de preservar o órgão ao anunciar: "As lesões do baço exigem excisão da glândula. Sua remoção não produz efeitos deletérios, ao mesmo tempo em que se elimina realmente o perigo de hemorragia." Em 1919, Morris e Bullock, em trabalho experimental pioneiro, sugeriram a importância do baço como órgão de defesa do hospedeiro. A confirmação clínica só ocorreu em 1952, quando King e Shumaker13 relataram infecção fulminante e morte em crianças esplenectomizadas por esferocitose. Acreditou-se, no início, que....