Marcelo Westerlund Montera. Introdução. A apresentação clínica da insuficiência cardíaca varia desde pacientes assintomáticos a formas clínicas de difícil controle terapêutico. A evolução prognóstica está intimamente relacionada à apresentação clínica e função ventricular, as quais espelham o grau de ativação neuro-humoral e de remodelagem ventricular. Conseqüentemente, o prognóstico pode variar de 4% de mortalidade ao ano, nas formas brandas de disfunção ventricular, a cerca de 50% em dois anos nas formas mais avançadas.. A avaliação prognóstica é complexa e multifatorial. Passa pela própria etiologia da síndrome, a qual pode definir um prognóstico desfavorável – cardiomiopatia isquêmica, miocardite em atividade, cardiomiopatia restritiva, distúrbios hidroeletrolíticos e hormonais –, bem como variáveis independentes como a idade e o sexo1,2. Este polimorfismo de variáveis envolvidas no prognóstico dificulta a capacidade de se estabelecer a sobrevida e a evolução clínica dos pacientes apenas pela identificação isolada de uma variável, sendo mais importante traçar o perfil de risco do paciente....