I. Introdução. . O prolongamento da vida de doentes críticos, com uma eficiência antes desconhecida pelo uso do conjunto de técnicas de ressuscitação concentradas nas UTIs, ensejou, paradoxalmente, o surgimento de uma plêiade de patologias extremamente bizarras e caracteristicamente fatais, como a síndrome da angústia respiratória do adulto (SARA), as úlceras de estresse (UE), a insuficiência renal pós-traumática (IPPT) (necrose tubular aguda), e a insuficiência hepática pós-traumática (IHPT). Isto em adição às manifestações de falência multiglandular, cardíaca e neurológica; as alterações hematológicas, de coagulação e de imunidade, além da indução de septicemia secundária, por quebra da barreira fisiológica intestinal, entre outros aspectos. Grande parte dessas manifestações mórbidas era praticamente desconhecida da maioria dos médicos práticos antes de meados deste século, e a sua eclosão esteve diretamente relacionada à extensão da vida de pacientes muito graves. No passado, elas raramente se manifestavam, pois o paciente já teria morrido. Apesar....