A Morbidade Materna É possível que a mulher que sobreviva às complicações da
gravidez sofra problemas de saúde subseqüentes, inclusive dor pélvica crônica, doença
inflamatória pélvica e infertilidade secundária (96, 154, 166, 292). Também podem
correr maior risco de ter uma gravidez ectópica (uma condição que potencialmente coloca
a vida em risco, na qual o óvulo fertilizado se implanta e se desenvolve fora do útero,
geralmente em uma das trompas de Falópio), um parto prematuro, um aborto espontâneo, um
prolapso uterino e incompetência cervical, porque o colo uterino se dilatou
excessivamente ou sofreu lesão (292). Os países desenvolvidos, geralmente têm tecnologias e sistemas administrativos de saúde que podem evitar a maioria das mortes e doenças maternas. Embora o tratamento médico apropriado das complicações relacionadas com a gravidez, geralmente, não requeira equipamento nem treinamento especial em tecnologia avançada (74, 148, 209, 289), em muitos países em desenvolvimento não existe atenção médica disponível, ou a mulher não pode chegar à unidade de saúde em tempo. Sendo assim, torna-se difícil, senão impossível, separar a causa médica imediata de uma morte materna dos fatores sociais, econômicos e culturais que levam e influenciam esta condição médica e seu tratamento (67, 74, 253). Sendo que a mortalidade materna está intrinsecamente relacionada com tantos fatores sociais, a OMS e UNICEF a descrevem como um "indicador crítico da condição social da mulher, de seu acesso à atenção médica e da capacidade do sistema de saúde para responder a suas necessidades", incluindo a disponibilidade, acessibilidade e aceitabilidade do planejamento familiar e a atenção durante a maternidade (4, 295). |