José de Laurentys Medeiros Estádio I - Inflamação dos espaços porta em torno dos ductos biliares. Lesão
florida dos ductos intralobulares e formações granulomatosas. Estádio II - Mostra destruição biliar, proliferação ductal e necrose em
saca-bocados. Estádio III - Formação de septos fibrosos, caminhando pelos espaços porta. Estádio IV - Aparecimento do quadro de cirrose, definido pela presença de nódulos de
regeneração ao lado das alterações anteriores. Adoção de medidas dietéticas orientando-se para a redução da ingestão de lipídios
e equilibrando-se o aporte protéico-calórico e de vitaminas, de acordo com as diferentes
fases da doença. Administração de vitamina A na dose de 25.000 a 50.000 unidades duas a três vezes por
semana, visando ao tratamento e à profilaxia da osteoporose e da cegueira noturna. A vitamina D poderá ser prescrita na dose de 50.000 unidades três vezes por semana (é
preciso lembrar que a carência desta vitamina como fator de aparecimento de osteomalacia
é pouco freqüente). Vitamina K - 5 a 10 mg por via intramuscular ao dia. O tempo de uso é relacionado com a
normalização e manutenção da atividade de protrombina. Cálcio - pode ser administrado quando estiver em níveis baixos, na dose de 1.500 mg ao
dia. A terapêutica de substituição hormonal na menopausa é benéfica, alertando-se,
entretanto, para a possibilidade de acentuação da colestase. A esteatorréia, se presente, deve ser tratada de acordo com a etiologia específica. prurido, que constitui uma das manifestações mais incômodas, exige abordagem
específica. Diversas condutas são preconizadas e, por vezes, ele é tão intenso que
favorece a indicação do transplante. Entre as medidas clássicas, os anti-histamínicos
são preconizados, e parece que atuam mais como sedativos. A colestiramina é a primeira
droga a ser utilizada, sendo a sua administração feita por via oral, na dose máxima de
16 g nas 24 horas. Deve ser prescrita pelo menos uma hora antes e uma hora depois de
outros medicamentos, e no intervalo de refeições. Ácido ursodesoxicólico Corticóides - os resultados não são animadores, existindo o risco de agravamento da
osteoporose. Azatioprina - Parece não melhorar os sintomas, o mesmo ocorrendo com a ciclosporina e a
D-penicilamina, que também apresentam efeitos colaterais indesejáveis. Metotrexate - mostra-se eficiente, porém possui efeitos tóxicos, como a fibrose hepática. Colchicina - é indicada, sabendo-se também da sua ação antifibrótica. Clorambucil, malotilato e talidomida - também foram testados, mas não se
afirmaram no arsenal terapêutico.
Maria do Carmo Friche Passos
Introdução
A cirrose biliar primária (CBP) é uma doença de etiologia desconhecida, constituindo
uma das enfermidades hepáticas auto-imunes, onde a colestase é o sinal que chama a
atenção predominantemente. Caracteriza-se pela destruição dos ductos biliares
intra-hepáticos, inflamação portal e fibrose. Foi rio passado denominada, também,
"cirrose xantomatosa". O quadro de cirrose somente está presente no estádio
final da doença, motivo pelo qual a denominação colangite crônica destrutiva
não-supurativa expressa com fidelidade as características da doença27.
Epidemiologia
A CBP tem uma distribuição universal, já tendo sido relatada em todas as partes do
mundo. Embora possam existir diferenças regionais na sua prevalência, acomete pessoas de
todos os grupos étnicos e sociais, e calcula-se que a sua freqüência ia seja de 0,25 a
1,8 por 100 mil habitantes18,27.
É muito difícil determinar com precisão os índices de mortalidade dessa doença,
porém calcula-se que ela seja responsável por 0,6 a 2% das mortes atribuídas à
cirrose. A disponibilidade de métodos cada vez mais sofisticados para o seu diagnóstico
e manuseio certamente levará a um maior conhecimento de sua história natural e,
conseqüentemente, de sua morbimortalidade.
Parece haver um agrupamento familiar na CBP, sendo referida por alguns autores em
irmãos, mães e filhos. A prevalência de anticorpos antimitocondriais circulantes está
aumentada nos familiares de primeiro grau18,19,27. Além disso, a associação
de antígenos de histocompatibilidade em algumas famílias determina uma nítida
predisposição genética19.
Aspectos Fisiopatológicos
Embora a etiologia precisa da CBP ainda não esteja definida, várias anormalidades
imunológicas humorais e celulares encontradas sugerem que distúrbios nos mecanismos de
regulação imunológica possam contribuir para o desenvolvimento e manutenção da
doença.
Existem numerosas evidências de que os mecanismos imunológicos são responsáveis
pela destruição dos ductos biliares intra-hepáticos, e o evento final parece ser um
ataque ao epitélio biliar por linfócitos citotóxicos.
A associação com outras doenças auto-imunes (tireoidite, anemia perniciosa, artrite
reumatóide, síndrome de Sjögren, dentre outras) e com antígenos de
histocompatibilidade (HLA), a existência de auto-anticorpos no soro, a ocorrência de
lesões ductais muito semelhantes àquelas encontradas em pacientes com doença
enxerto-versus-hospedeiro e a resposta ao tratamento com drogas imunossupressoras indicam
que o principal mecanismo patogênico na CBP deve envolver fenômenos auto-imunes18,19,27.
É provável que o mecanismo de lesão cios ductos esteja relacionado com linfócitos T
citotóxicos18. O infiltrado inflamatório adjacente aos ductos biliares é
composto, principalmente, por linfócitos T (CD4 e CD8) e, em menor grau, por macrófagos,
monócitos e células B. Enquanto as células supressoras/citotóxicas (T8+) acumulam-se
próximo aos ductos biliares, espaços porta, há acúmulo de células
auxiliares/indutoras (T4+)27.
Os linfócitos de pacientes com esta doença exercem normalmente a função de
auxiliares, mas possuem uma menor capacidade supressora. Este distúrbio pode predispor à
hipergamaglobulinemia, ao aparecimento de clones de células B produtoras de
auto-anticorpos e à hiporreatividade dos linfócitos na reação linfocitária mista
autóloga19,27.
Tem sido descrito que na CBP há um excesso de imunocomplexos circulantes, indicando
incapacidade do sistema reticuloendotelial (SRE) de eliminá-los. Muitos autores
consideram que esses imunocomplexos não são fatores desencadeadores primários da
doença, mas sim responsáveis por suas manifestações extra-hepáticas19.
Por vezes, são também observados os granulomas epitelióides, que refletem uma
reação de hipersensibilidade retardada e podem ser encontrados nas fases mais precoces
da doença, determinando um melhor prognóstico2.
Estudos em famílias de pacientes com CBP têm demonstrado claramente a participação
do componente genético na instalação da doença14. Entretanto, até o
momento, não se encontrou uma correlação definitiva entre a CBP e marcadores
genéticos, como os sistemas ABO, Rh ou HLA. O maior interesse dos pesquisadores tem sido
o estudo do sistema HLA. Observa-se, nesses pacientes, uma maior prevalência dos
fenótipos HLA II, HLA-DRw3 e HLA-DR827. Alguns autores consideram que,
provavelmente, os antígenos HLA não são reconhecidos pelo organismo devido a um fator
ambiental extrínseco. A identificação deste fator constitui um desafio aos estudiosos
da CBP.
Mais de 90% dos doentes apresentam anticorpos séricos antimitocôndria (AAM). já
foram identificados vários antígenos capazes de reagir com os AAM. O antígeno
mitocondrial mais relacionado à CBP é conhecido como M2. A reatividade antimitocondrial
é exercida pelos linfócitos T e processa-se contra o complexo piruvato-desidrogenase,
presente na mitocôndria das células epiteliais dos ductos biliares intrahepáticos4,27.
Essa resposta imunológica é modulada por linfócitos ativados, principalmente o
chamado OKT8, e também pelas citotoxinas TNF-a, TNF-b e interferon g18. Ainda é
motivo de controvérsia a importância do AAM na patogênese da CBP, bem como seu valor
prognóstico.
Alguns autores têm demonstrado que, no epitélio biliar ductal, ocorre uma
hiperexpressão de proteínas heat shock e moléculas solúveis de adesão
intercelular, especialmente ICAM-1, que certamente também participam da patogenia dessa
doença, talvez relacionadas ao surgimento da ductopenia que aparece progressivamente18,19,27.
Em resumo, podemos afirmar que a CBP está definitivamente associada a inúmeras
anormalidades imunológicas e deve ser um tipo de doença auto-imune. Alguns desses
distúrbios, como as alterações nas células T supressoras, parecem estar relacionados
diretamente à patogenia da doença, enquanto outras alterações imunológicas podem ser,
na verdade, fenômenos secundários. A associação de outros mecanismos, principalmente
genéticos, hormonais, infecciosos e ambientais, também parece contribuir para o
aparecimento da doença.
Aspectos Clínicos
O sexo feminino é acometido em 90% dos casos, e a doença se manifesta principalmente
entre os 40 e os 60 anos, embora tenham sido descritos casos em idades mais avançadas.
O início é, quase sempre, gradual, a evolução é lenta, e a atenção do paciente
é despertada pelo prurido e icterícia, levando-o a procurar, inicialmente, o
dermatologista. Em 25% dos casos, a CBP é assintomática e, muitas vezes, suspeitada
durante uma revisão que surpreenderá hiperlipidemia e aumento da fosfatase alcalina.
Entre as primeiras manifestações, salienta-se fadiga inexplicável, seguindo-se o
aparecimento do prurido, icterícia com sinais colestáticos, escurecimento da pele,
xantomas e xantelasmas (Fig. 16-1).
Ao exame clínico, somam-se a hepatomegalia, dolorimento no hipocôndrio direito e
espienomegalia. Mais tarde, na evolução, estarão presentes os sinais clínicos de
cirrose, inicialmente compensada com descompensação na fase final (hipertensão portal,
ascite e encefalopatia). A evolução dos assintomáticos é, aproximadamente, de 10 anos.
Nos sintomáticos, a duração da doença se faz em torno de nove anos após o início das
manifestações14,18,19,26,27.
Diagnóstico
Diante da suspeita clínica, os exames complementares evidenciam aumento da bilirrubina
sérica, com predomínio da fração direta em níveis não muito elevados, em torno de 5
mg/dl; elevação do colesterol plasmático, da gamaglutamiltransferase (GGT) e da
imunoglobulina IgM. O elemento fundamental para o diagnóstico é a presença do anticorpo
antimitocôndria (AAM), presente em 100% da forma clássica. O seu componente específico
é o M2 (quatro antígenos M2 foram identificados, todos pertencentes ao complexo
piruvato-desidrogenase de enzimas mitocondriais, denominadas E). A sua fração E2
apresenta 88%, de sensibilidade e 96% de especificidade para o diagnóstico da CBP27.
Outros antígenos antimitocondriais são descritos. Entretanto, o M2 é que apresenta
importância clínica e prática para o diagnóstico23.
A histopatologia apresenta quatro estádios de evolução e, muitas vezes, a
diferenciação com quadros histológicos de outras hepatopatias é difícil, exigindo
experiência do patologista e correlação clínica e bioquímica18,27.
A duodenopancreatografia retrógrada é, por vezes, indicada para o diagnóstico
diferencial com a colangite esclerosante primária (CEP), especialmente no sexo masculino,
colangiopatias auto-imunes, sarcoidose, colestase por drogas e outras, mais raras,
consideradas nas síndromes de superposição E, marcadas por colestase2.
O depósito de cobre no fígado foi tido como importante. Entretanto, admite-se que
seja mais um fenômeno ligado à colestase, confirmado pela não-redução do mesmo com o
uso de penicilamina10,19,27.
Doenças Associadas
Dentro do espectro de doença auto-imune, a CBP está associada a diversas
manifestações, como esclerodermia e a síndrome CREST (calcinose, fenômeno de Raynaud,
dismotilidade esofágica, esclerodactilia e telangiectasias), ceratoconjuntivite,
síndrome de Sjögren, tireoidite auto-imune e doença de Graves, trombocitopenias,
glomerulonefrite e, mais raramente, colite ulcerativa (esta freqüentemente associada à
colangite esclerosante primária).
O câncer de mama na mulher é aproximadamente quatro vezes mais prevalente, quando
comparado à população normal19,27. O hepatocarcinoma é raro, talvez porque
a formação nodular seja tardia. A calculose biliar está presente em 39% dos casos, e
também a síndrome hepatopulmonar19.
Complicações
A baixa absorção das vitaminas lipossolúveis acarreta osteoporose e cegueira noturna
pela deficiência de vitamina A. A osteomalacia, menos freqüente, decorre da carência de
vitamina D. A deficiência de vitamina E se manifesta por alterações neurológicas, e a
de vitamina K, por alterações da coagulação. Também, a hipercolesterolemia é achado
muito freqüente.
O prurido, sintoma comum das colestases é, às vezes, de grande intensidade, levando a
escoriações3.
A esteatorréia é rara e, quando presente, é atribuída à deficiência de ácidos
biliares, insuficiência pancreática, síndrome celíaca e crescimento da microbiota
intestinal. É importante a determinação da causa da esteatorréia para orientação
terapêutica específica.
Tardiamente surge a cirrose hepática, evoluindo com suas complicações: hipertensão
porta, ascite, encefalopatia, síndromes hepatorrenal e hepatopulmonar. O carcinoma
hepatocelular é raro, e ocorre especialmente em pacientes do sexo masculino no estádio
IV19,27.
Prognóstico
É variável de acordo com o momento em que o diagnóstico é confirmado.
Habitualmente, a doença evolui lentamente, com uma média de sobrevida de sete a nove
anos após o diagnóstico. Nos pacientes sintomáticos, é fundamental a vigilância
clínica para indicação, no momento oportuno, do transplante hepático, arma importante
no tratamento dessa doença. O prognóstico é agravado nos idosos, naqueles que
apresentam alterações importantes nas provas de funcionamento hepático e, também, na
presença de doenças associadas e suas complicações14.
Tratamento
Abrange diversas medidas:
Medidas Gerais1
Medidas Visando Diretamente ao Tratamento da Doença
Recentemente, foi proposta a associação de azatioprina, prednisona e ácido
ursodesoxicólico. A duração do tratamento, no ensaio, foi de 1 ano, sendo a dose
inicial de prednisona de 30 mg/dia, reduzida em 10 mg/dia após oito semanas; a
azatioprina foi prescrita na dose de 50 mg/dia, e o ácido ursodesoxicólico, na dose de
10 mg/dia. Os autores consideraram benéfico o resultado na melhora dos sintomas,
bioquímica e aspectos histológicos, sugerindo maior controle a longo prazo30.
Transplante Hepático
O transplante hepático constitui o tratamento de escolha nos casos avançados da
doença, quando houver sinais de descompensação hepática (varizes esofágicas, ascite e
encefalopatia, bilirrubinemia em ascensão, prurido intenso e síndrome hepatopulmonar).
Respeitadas as contra-indicações, o prognóstico é favorável. A recorrência pós
transplante é descrita em 8 a 15% entre dois e cinco anos22.
Síndromes de Superposição
As alterações auto-imunes atingem as estruturas do fígado, ora com predomínio
hepatocitário, ora das vias biliares e, ainda, algumas vezes, com o acometimento de ambas
(formas mistas). O grupo de doenças é constituído pela cirrose biliar primária (CBP),
colangite esclerosante primária (CEP), hepatite auto-imune (HAI) e colangite auto-imune
(CAI)27-29.
A colestase é o denominador comum, predominando com maior destaque em algumas delas.
As alterações do hepatócito são evidentes na HAI - os aspectos clinicobioquímicos e
marcadores específicos, embora possam apresentar especificidade, às vezes se manifestam
em superposição, tornando o diagnóstico definitivo difícil e, conseqüentemente, a
orientação terapêutica variável, quando o componente de agressão predomina no
hepatócito ou na via biliar1.
A CBP foi descrita no início deste capítulo. A CEP e a HAI são abordadas em tópicos
específicos deste livro. A HAI apresenta uma patologia complexa, com as diversas formas
clássicas, existindo também a interação com a hepatite C7.
A CAI, de descrição recente, superpõe alterações dos hepatócitos e das vias
biliares (congênitas e adquiridas), especialmente com a CBP, hepatopatias por drogas e
outras. Acomete predominantemente o sexo feminino, após os 45 anos de idade e se
caracteriza por uma colangite crônica destrutiva com ductopenia2. A
diferenciação com CBP se faz pela ausência de anticorpo antimitocôndria, títulos
séricos mais baixos da imunoglobulina IgM e presença freqüente dos anticorpos
antinucleares (AAN) e antimúsculo liso.
Estudos recentes demonstraram a presença de anticorpo contra anidrase carbônica do
epitélio biliar que seria específico da CAI. Esta especificidade, entretanto, é ainda
discutível13,29. Quando estão presentes manifestações extra-hepáticas,
elas se assemelham a HAI tipo2,12,15,17,21,24,29.
Alguns autores consideram a CAI uma variante da CBP com ausência de anticorpo
antimitocôndria. Também à semelhança da CBP, a unidade E2 do piruvato-desidrogenase é
evidenciada por imuno-histoquímica no pólo apical da célula do epitélio biliar, o que
sugere mecanismo comum entre ambas7,29.
Finalmente, a eficácia dos imunossupressores não está demonstrada na CBP e na CAI,
que seriam beneficiadas pelo uso do ácido ursodesoxicólico.
Outros autores acreditam que a CAI seja uma superposição da CBP e de HAI (tipo I) que
poderia, em contrapartida, modificar-se em uma C13P com aparecimento tardio de anticorpo
antimitocôndria15.
Embora a CEP e a HAI apresentem muitas semelhanças clínicas e bioquímicas entre si,
a associação com a doença inflamatória intestinal, especialmente com a retocolite
ulcerativa, favorece o diagnóstico de CEP. O diagnóstico diferencial se faz por meio da
colonoscopia e da colangiografia endoscópica retrógrada. Esta última é o padrão ouro,
ao mostrar as estenoses e dilatações das via biliares na CEP. O diagnóstico torna-se
mais complexo com as colangiopatias congênitas29.
O diagnóstico de superposição entre CBP e CEP, pela semelhança dos quadros clínico
e bioquímico, é facilitado pela maior prevalência da CEP nos homens e sua maior
associação com doença inflamatória intestinal (Fig. 16-2).
Pode-se concluir que, nas alterações auto-imunes, ora predomina a lesão do
hepatócito, ora a lesão das vias biliares e, às vezes, ambas29.
O uso de imunossupressores beneficiaria a agressão ao hepatócito, e a administração
do ácido ursodesoxicólico, a lesão biliar. No acometimento misto, torna-se importante
avaliar o sítio principal da agressão para terapêutica clínica. Finalmente, o
transplante hepático está indicado em ambas as situações29.
A superposição dos quadros está sintetizada na Fig. 16-3 e foi reproduzida de Czaja7.
Desaparecimento de Ductos
Biliares
Em várias colangiopatias existe o desaparecimento de ductos biliares (vanishing bile
duct syndrome), incluído no diagnóstico de colestase8-10.
A diferenciação com CBP se faz pela ausência do anticorpo antimitocôndria, por meio
da colangiografia endoscópica retrógrada e pela histologia.
A história clínica é muito importante. Entre as causas de ductopenias, encontram-se
as congênitas - sindrômica (Alagile) e não-sindrômica - rejeição do enxerto,
doenças de enxerto x hospedeiro, isquemia, traumatismo das artérias hepáticas,
arterites, causas mecânicas, drogas (entre elas amoxicilina associada ao ácido
clavulânico), sarcoidoses, doenças infecciosas (especialmente a infecção por
criptosporídios e microsporídeos em imunodeprimidos portadores de HIV) e a denominada
ductopenia idiopática do adulto jovem, descritas por Ludwig2,8,10,20.
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