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- O que constataram as pesquisas

Quadros e Tabelas

Publicado pelo INFO Project, Center for Communication Programs, The Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, 111 Market Place, Suite 310, Baltimore, Maryland 21202, EUA.

Volume XXXII, Número 2
Primavera de 2004
Série M, Número 18

Desde 1990, 46 países – a maioria na região da África abaixo do Saara – fizeram pesquisas nacionais representativas sobre as atitudes e o comportamento dos homens quanto ao planejamento familiar. Em quase todos os países pesquisados, a maioria dos homens conhece e aprova o uso de anticoncepcionais. Ao mesmo tempo, a maioria dos homens casados declara que deseja ter mais filhos e, em média, querem ter mais filhos do que as mulheres.

As pesquisas mostram que vem aumentando a porcentagem de homens que usam métodos anticoncepcionais, sobretudo os preservativos. Mas em muitos países pesquisados, a maioria na África sub-Saara, é minoritário o grupo de homens que declara estar usando anticoncepcionais à época da entrevista.

Dos 46 países que pesquisaram a atitude dos homens quanto ao planejamento familiar desde 1990, 25 estão na região da África abaixo do Saara, 11 na América Latina e Caribe, e os 10 restantes em outras regiões. Vinte países, a maioria deles na África sub-Saara, fizeram mais de uma pesquisa nacional desde 1990. A maioria das pesquisas incluem tanto homens casados como solteiros. Estas pesquisas fazem parte dos programas DHS e RHS (siglas em inglês de Pesquisas Demográficas e de Saúde e Pesquisas de Saúde Reprodutiva, respectivamente).

As pesquisas feitas com os homens cobrem muitos dos mesmos temas que as pesquisas feitas com mulheres, o que permite comparar as atitudes de ambos os sexos nos países pesquisados. Os resultados das pesquisas com as mulheres são apresentados em um número análogo de Population Reports, Novos resultados de pesquisas: Continua a revolução reprodutiva, Série M, Número 17, Primavera de 2003.

O que constataram as pesquisas

As pesquisas feitas com os homens, diferentemente das feitas com as mulheres, não podem ser consideradas como representativas de todo o grupo de países em desenvolvimento, porque as primeiras existem em menor número e se concentram na região sub-Saara da África. Por outro lado, essas pesquisas cobrem a maioria dos países sub-Saara e oferecem um painel mais focalizado de como os homens usam o planejamento familiar e quais são suas atitudes e comportamentos reprodutivos. Principais constatações:

Os homens solteiros e sexualmente ativos usam mais os anticoncepcionais dos que os homens casados. Os homens solteiros sexualmente ativos têm maior probabilidade do que os homens casados de usar a contracepção, basicamente os preservativos. Em somente 16 países pesquisados é majoritário o grupo de homens casados que informam estarem usando – eles ou suas esposas – os métodos anticoncepcionais. Por outro lado, em 41 países, os homens casados declaram maior uso dos preservativos do que as mulheres casadas. Esta diferença sugere que muitos homens devem estar usando os preservativos em relações sexuais extramaritais.

Os homens têm maior probabilidade do que as mulheres de estarem informados sobre o planejamento familiar, mas têm menos probabilidade de aprová-lo. Em 23 dos 25 países sub-Saara, os homens têm maior probabilidade do que as mulheres de conhecer pelo menos um método anticoncepcional, geralmente o preservativo. Em outros países pesquisados, os homens e mulheres têm níveis semelhantes de informação sobre a contracepção. Mas na maioria dos países pesquisados, os homens têm menos probabilidade do que as mulheres de aprovar o planejamento familiar.

Mas em somente um país a porcentagem dos homens casados que dizem aprovar o planejamento familiar é maior do que a porcentagem das mulheres casadas que pensam que seus maridos aprovam este planejamento. Uma mulher que conhece as atitudes de seu marido sobre o planejamento familiar tem mais chances do que as outras de usar a contracepção.

É freqüente os homens desejarem ter mais filhos do que as mulheres. Em 21 dos 41 países que coletaram dados sobre o tamanho desejado da família, em média, os homens casados declararam desejar pelo menos 0,5 mais filhos do que as mulheres casadas. Em nove países da África sub-Saara, os homens casados desejam ter, em média, pelo menos mais dois filhos.

A prática da poligamia provavelmente explica algumas destas diferenças entre homens e mulheres casados na região da África sub-Saara. Mas mesmo entre os casais monógamos, os homens desejam ter mais filhos do que as mulheres. Estes resultados ajudam a explicar por que muitas mulheres casadas declaram ter mais filhos do que desejariam ter.

Os homens solteiros jovens ainda enfrentarão risco potencial de HIV durante muitos anos. Na maioria dos 33 países que têm dados de pesquisa, a metade dos jovens do sexo masculino declara ter iniciado sua vida sexual antes dos 18 anos, porém na maioria dos países, a média de idade no primeiro casamento é de 23 a 30 anos. Esta diferença sugere que muitos homens solteiros têm pela frente pelo menos ainda 5 anos de risco potencial de contrair uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível), inclusive HIV/AIDS. Apesar deste risco, em 15 dos 32 países que coletaram dados, a maioria dos adolescentes solteiros mas sexualmente ativos não usam preservativos ou qualquer outro método anticoncepcional.